O Cuiabá Arsenal teve nove atletas mato-grossenses pré-selecionados para a Seleção Brasileira de Futebol Americano. Só que para entrar para a equipe, os jogadores precisam passar por um try out em São Paulo nos dias 17 e 18 de dezembro. No entanto, nem todos os jogadores poderão ir até a capital pela falta de condições financeiras para custear as despesas de passagem, alimentação e translado. Um deles é o center e membro da comissão técnica do Arsenal, Denevaldo Pereira.
Ele já fez várias tentativas em busca de apoio e não obteve resposta. Mesmo assim, não deixou de treinar para se caso a ajuda venha de última hora. “Estou fazendo musculação, e mudando hábitos alimentares para perder algum peso e ganhar mobilidade e resistência”, conta. Sem o apoio financeiro para tentar a vaga na seleção, o foco de ‘Deneva’ tem sido a temporada 2012 do Cuiabá Arsenal. “Quem sabe consigo ser convocado novamente. Até lá quem sabe a visão sobre o esporte mude e poderemos conquistar apoio das empresas”.
O defensive line Andrei "Biohazard" Vargas, também não conseguiu apoio e terá de ir por conta própria para não perder a oportunidade. Ele está treinando pesado na academia. O jogador ainda não se recuperou da lesão na patela. “Já tive de drenar 2 vezes o hematoma ficando com a incisão aberta”. Mesmo assim, ele garante estar preparado. “Já joguei tantas vezes machucado e nunca deixei de dar o meu melhor. Eu quero essa vaga e vou dar meu sangue por isso”. O jogador está fazendo fisioterapia com auxílio de um ortopedista, tudo pago pelo próprio atleta.
O único que já conseguiu apoio até agora, é o capitão da equipe, Igor Mota, que contou com auxílio de milhagem para a compra das passagens pela Confeitaria Chanton. Ele está praticamente recuperado das lesões da temporada e segue treinando na academia. Além dos três, os jogadores Hatila Fogo, Ricardo Schultz, Tiago Barbosa, Ludiney Correa e Wesley Jardim seguem aguardando algum patrocínio.
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De acordo com o presidente da equipe, Orlando Ferreira, ver os jogadores precisando abrir mão da oportunidade de jogar na Seleção Brasileira pela falta de condições financeiras deixa a equipe toda muito triste. Para ele, o esporte em Mato Grosso, em todas as modalidades, sofre com a falta de relevância. “Equipes tradicionais do Estado, que levavam milhares de torcedores ao Verdão, como Mixto, Dom Bosco, Operário e Palmeiras, hoje estão longe do que já foram no auge, não atraem a atenção do torcedor e, consequentemente, do empresariado local”. Sendo assim, o empresariado entende que não vale a pena investir no esporte em Mato Grosso.
O Cuiabá Arsenal faz um trabalho sério e de qualidade desde sua fundação, em 2006, e os resultados dentro são o reflexo desse compromisso com o esporte. Antes de existir uma competição nacional, o Arsenal disputou várias competições curtas, e em todas elas ou conquistou o título ou ficou com a segunda colocação. Desde 2009, foram 3 competições nacionais, com o título de 2010 e semifinais em 2009 e 2011. A convocação de 9 jogadores para a Seleção Brasileira reforça essa percepção.
Em 2011 a equipe teve o apoio da Prefeitura Municipal de Cuiabá e de algumas outras empresas. No entanto, sofreu com a falta de um patrocinador consistente que permitisse realizar as diversas ações da equipe, inclusive os projetos sociais. “De qualquer forma continuamos com o trabalho e esperamos que as empresas revejam suas ações de marketing e apostem no esporte, pois dependemos disso para continuar levando o Mato Grosso para o cenário nacional".
