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Sexta-feira, 02 de agosto de 2024

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Campeão de F-1 salvou a vida de Emerson Fittipaldi em 1973

O piloto inglês Graham Hill (1929-1975), bicampeão mundial de F-1, salvou a vida de Emerson Fittipaldi em 1973 --e morreu tragicamente dois anos depois em acidente de avião que ele mesmo pilotava.


O episódio em que Graham Hill --pai do também campeão de F-1 Damon Hill-- salvou a vida de Emerson aconteceu nos treinos para o GP da Holanda de 1973, no circuito de Zandvoort.

Emerson bateu seu carro, ficou preso nas ferragens e encharcado de combustível. Leia abaixo trecho do livro "A Saga dos Fittipaldi" (Panda Books) que traz o relato de como o inglês ajudou o brasileiro.

Suor, lágrimas e gasolina

Quando Emerson Fittipaldi estreou na Fórmula 1, alinhou ao lado do inglês Graham Hill e ficou feliz em ultrapassar seu ídolo logo na segunda curva. O que ele jamais poderia supor naquele dia é que o destino elegeria o velho campeão para salvá-lo de uma tragédia. Foi o pior susto da carreira de Emerson na F-1, e aconteceu em Zandvoort, na entrada da curva Bocht, nos treinos de classificação para o GP da Holanda de 1973.

Uma das rodas dianteiras do seu Lotus quebrou e o carro foi direto ao guardrail. A pancada destruiu tudo: a frente sumiu do painel para baixo, a suspensão se desintegrou e virou sucata. Emerson nunca esqueceu aqueles momentos:

"Fiquei preso nas ferragens, com o pé esquerdo quebrado e a sola virada ao contrário, olhando para mim. Meu maior temor era estar sobre uma poça de gasolina com o cockpit inundado de combustível. Se escapasse uma faísca, eu ia virar torresmo.

Supliquei aos bandeirinhas de pista que estancassem a gasolina e me ajudassem a sair do carro. Mas os comissários, que na época eram amadores, ficaram paralisados, com medo de uma explosão.

Graças a Deus, o Graham Hill parou o seu Shadow-Embassy do meu lado e veio me socorrer. Estancou a gasolina e começou a dar ordens aos bandeirinhas. Ainda fiquei uns vinte minutos preso nas ferragens.

Foi o próprio Hill quem pegou uma serra e, lentamente, para não produzir faísca, cortou um pedal, parte da carenagem do chassi e pedaços da sucata, para me livrar das ferragens."

Mesmo aterrorizado, naquele momento Emerson se lembrou da tarde de sua estréia na F-1, no cálido 19 de julho de 1970, no circuito inglês de Brands Hatch. Lá estava ele, feliz dentro do Lotus 49, na última das doze filas, à esquerda do bicampeão Graham Hill. Tinha atingido o sonho de alinhar num grid de F-1.

Em Zandvoort, ensopado de gasolina, suor e lágrimas, pela dor no pé esquerdo fraturado, preso entre as ferragens do Lotus 72, ele lembrou que na sua estréia chegara ao exagero de pensar que, se morresse naquele dia, morreria feliz.

Quando Graham Hill serrou a última travessa da carenagem e ajudou-o a sair dos destroços do carro, Emerson sentiu remorso ao recordar que, na sua primeira corrida, havia ultrapassado o velho Hill, seu herói de infância, na segunda curva.
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