Olhar Direto

Sábado, 03 de agosto de 2024

Notícias | Esportes

72% dos ex-alunos de cursos técnicos trabalham, mas recebem baixo salário

Uma pesquisa inédita do Ministério da Educação (MEC), divulgada nesta quinta-feira (7), mostra que 72% dos ex-alunos dos cursos técnicos de ensino médio estão empregados. Por outro lado, a maioria (75%) trabalha mais de 40 horas semanais e com baixa remuneração: 57% dos entrevistados ganham até três salários mínimos (R$ 1.395). A diferença entre os gêneros também fica evidente: 74% dos homens estão empregados contra 66% das mulheres.


“A pesquisa veio confirmar uma percepção que sempre se soube a olho nu, que é a alta empregabilidade dos egressos do ensino técnico”, afirmou ao G1 o secretário de educação profissional, Eliezer Moreira Pacheco. “Os salários podem ser mais baixos do que o de um bacharel, mas a empregabilidade na área técnica é maior.”

Para a pesquisa foram ouvidos 2.657 ex-alunos de 130 instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica em todo o país, que se formaram no período de 2003 a 2007. A margem de erro é de 2,4 pontos percentuais.

O plano de expansão do ensino técnico é uma das bandeiras do governo Lula. Para 2010, ano eleitoral, a meta é ampliar das atuais 215 mil vagas para 500 mil no país. O número de escolas deverá passar de 215 para 354 no ano que vem. Segundo a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), todas as escolas já estão em construção.

Área de formação

O levantamento também aponta que 65% dos entrevistados trabalham na área de formação. Na Região Sul, a situação é melhor do que na média nacional e chega a 77% dos ex-alunos. A inserção do homem na área técnica específica da formação também é maior em relação à das mulheres: 71% contra 51%.

A pesada carga de trabalho para cerca de 75% de homens e mulheres, que trabalham mais de 40 horas por semana, pode ser explicada em parte ao tipo de vínculo empregatício, segundo o relatório da pesquisa. Dos entrevistados, 59% trabalham com carteira assinada. O texto do relatório diz que “as empresas privadas atualmente exigem horários rígidos e metas de desempenho” que resultam na atual carga horária.

“Em relação à remuneração, é importante ressaltar que 59% acreditam que seu salário está na média do mercado e 11% acham que recebem acima da média”, disse o secretário. Segundo ele, o fato de que a maioria (74%) atua em locais distantes até 50 km dos municípios onde fizeram os cursos, reflete no desenvolvimento da própria região.

Estudo

A formação recebida foi bem avaliada por 67% dos ex-alunos do ensino médio técnico, que a consideraram boa e ótima. Dos estudantes egressos da rede federal, público alvo da pesquisa, 84% cursaram o ensino médio em escola pública e 68% fizeram o ensino fundamental em instituições públicas.

”Isso desmitifica a ideia de que é um ensino elitista”, afirmou Pacheco. Os dados mostram que 54% dos pais e 46% das mães têm escolaridade inferior ou igual ao ensino fundamental.

A pesquisa aponta que metade (49%) dos entrevistados buscou o ensino técnico após a conclusão do ensino médio; 20% fizeram o curso integrado (médio e técnico juntos); 31% em concomitância com o curso regular do ensino médio.

“A pessoa quer primeiro garantir emprego. Depois, busca um aperfeiçoamento e vai atrás dos cursos superiores”, avaliou Pacheco.

Em dezembro de 2008, foram criados 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia no país. Os institutos foram criados a partir dos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets), escolas agrotécnicas federais e escolas técnicas vinculadas a universidades.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet