Mesmo sem ser brilhante, o Cruzeiro conseguiu sua primeira vitória no Campeonato Mineiro. Fez 3 a 0 no Tupi, na Arena do Jacaré, com um gol de Wellington Paulista e dois de Anselmo Ramon, e deixou a crise para trás.

O time de Vágner Mancini mostrou alguns dos mesmos erros que cometeu contra o Guarani-MG, na estreia do estadual, como a lentidão e os erros de passes, mas, por outro lado, teve mais garra e organização tática.

O Tupi, por sua vez, vive um drama. O campeão da Série D do Campeonato Brasileiro do ano passado perdeu a terceira partida seguida no Mineiro e dá mostras de que vai ter uma difícil luta contra o rebaixamento. Sinal de muito trabalho para o técnico Moacir Júnior, que vai ter arrumar a casa. O público para o foi de apenas 1.923 torcedores, e a renda foi de R$ 33.540,85.

O Cruzeiro volta a campo quinta-feira, em jogo adiado da primeira rodada. O time enfrenta o Nacional-MG, às 19h30m (de Brasília), no Farião, em Divinópolis. O próximo compromisso do Tupi é pela quarta rodada. No sábado, às 17h, recebe o Uberaba, no Mário Helênio, em Juiz de Fora.

Superioridade azul

O clima pesado vivido no Cruzeiro após a derrota para o Guarani-MG teve um item extra antes da bola rolar na Arena do Jacaré. O diretor de futebol Dimas Fonseca pediu demissão. Quem por isso esperava um Cruzeiro nervoso em campo, se enganou redondamente. O time entrou tranquilo, tocando a bola com calma. Tanto que, logo aos quatro minutos, abriu o placar com Wellington Paulista, de cabeça, após boa cobrança de falta de Roger.

Senhor do jogo, o Cruzeiro dominava o meio-campo, conseguindo chegar com facilidade perto do gol do Tupi. Roger perdeu chance clara de ampliar o placar, da entrada da pequena área, e Anselmo Ramon numa cabeçada defendida facilmente por Rodrigo. O time de Juiz de Fora só deu seu primeiro chute a gol, aos 29 minutos, com o volante George.

O ritmo e o nível técnico do jogo caíram muito após os 30 minutos e o Tupi equilibrou um pouco as ações. O Galo Carijó só não conseguia chegar com mais perigo ao gol de Fábio por causa da boa atuação do sistema defensivo da Raposa, principalmente do zagueiro Victorino, que não perdeu uma bola sequer durante a etapa inicial.

Se não apresentava um primor de técnica, pelo menos o Cruzeiro conseguiu ser eficiente o bastante para conseguir construir e manter a vitória parcial no primeiro tempo.

Sufoco e goleada

O segundo tempo começou morno. O Tupi voltou um pouco mais ligado na partida e por pouco não consegue o empate, num belo chute de Michel Cury. Fábio fez linda defesa e foi ainda melhor ao defender o rebote de George, à queima-roupa.

O Tupi se empolgou no jogo e pressionou o Cruzeiro, criando novas boas chances com Allan e Ademílson. Vendo que seu time era dominado, Vágner Mancini tirou Marcelo Oliveira e Wellington Paulista e colocou Rudnei e o estreante Walter no gramado.

As mexidas no Cruzeiro deram certo porque, mesmo pior em campo, o time chegou ao segundo gol. E numa jogada criada por Rudnei eWalter. Anselmo Ramon recebeu a bola na área e bateu sem chances para Rodrigo. O terceiro saiu dois minutos depois, novamente com Anselmo Ramon, desta vez de cabeça, aproveitando cruzamento do lateral Marcos.

Os dois gols-relâmpagos desanimaram totalmente o Tupi, que se entregou em campo. O Cruzeiro fez sua parte e passou a administrar o jogo e tocar bem a bola, envolvendo totalmente a equipe de Juiz de Fora, que não conseguiu mais jogar.