Desde que assumiu a seleção, há quase três anos, Dunga sempre deixou claro que não contava mais com Ronaldo. Mas a boa fase do atacante no Corinthians está começando a mudar a opinião do treinador.

Em evento no qual a CBF anunciou mais um patrocinador para a seleção (Gillette), o técnico fez elogios a Ronaldo e até deixou aberta a possibilidade de chamá-lo para os próximos jogos do time nacional, em junho, pelas eliminatórias sul-americanas (contra Uruguai e Paraguai) e para a Copa das Confederações da África do Sul, o que afastaria o atacante do Corinthians por um mês.

"Todo jogador sonha estar na seleção. Ele está sendo observado. Temos que esperar até o dia 21 [de maio]", falou Dunga, sobre a data em que vai anunciar sua próxima lista.

O treinador, que foi ao Pacaembu no último domingo assistir à final do Paulista, quando Ronaldo teve atuação apagada contra o Santos, elogiou o esforço do atacante, mas sem deixar de dar uma cutucada.

"Ele tem condições de evoluir ainda mais. Depois de 2006, esta é a primeira vez que ele tem uma sequência de dez jogos. A tendência é melhorar."

Mesmo se preterir o corintiano agora, Dunga declarou ontem que seu companheiro nos Mundiais de 1994 e 1998 irá prosseguir em seu radar.

"Até a Copa do Mundo temos um ano, e todos terão tempo para trabalhar e ter oportunidades", falou o treinador.

Ao seu lado, Ricardo Teixeira, o presidente da CBF, também deu declarações com teor diferente das críticas que fazia de forma velada ao comportamento de Ronaldo nos seus últimos tempos de seleção.

"As portas estão abertas para qualquer jogador na seleção. O Ronaldo tecnicamente está se mostrando bem, está em grande fase. Mas quem decide isso é a comissão técnica, que o está observando", falou o cartola, que lamentou o fato de o atleta não estar defendendo o Flamengo, o seu time de coração.

Quarta-feira, depois de marcar os dois gols do Corinthians na vitória sobre o Atlético-PR que levou o time paulista às quartas de final da Copa do Brasil, Ronaldo se esquivou sobre o seu retorno à seleção, dizendo que naquele momento só pretendia comemorar o triunfo do seu clube.