O atual campeão e líder do Estadual não conseguiu passar do empate um 1 a 1 com o campeão Brasileiro da Série B, Portuguesa de Desportos, de São Paulo. Para os mato-grossenses, a igualdade teve um certo gosto de derrota – à parte ter enfrentado uma grande equipe – pois foram os cuiabanos quem comandaram as ações durante boa parte do jogo.
Embalado por um Dutrinha lotado, o Dourado começou em ritmo alucinado, com boas tramas de passe entre os laterais e o meio, mas o velho nervosismo que as equipes locais sentem frente a times da elite do futebol brasileiro manifestava-se claramente no arremate das jogadas.
A todo momento, o lateral esquerdo Natanael se lançava ao ataque, trocava bons passes mas ficava um tanto perdido próximo à área. Pra piorar, o meio não se entendia com ele na hora de finalizar, então, era um tal de chute afobado pro gol que passava a metros de distância da meta do goleiro Weverson.
Mas o pior estava por vir, pois quando o Cuiabá começava mesmo a gostar da partida e a dominar com mais efetividade, quando a adrenalina já dava sinais de estar sob controle,veio o balde de água fria.
E ele respondia pelo nome de Ricardo Jesus e chegou aos 18 minutos do primeiro tempo, numa falha de posicionamento do goleiro Gatti, que, mais indeciso que bom moço em despedida de solteiro, até quis sair do gol, mas na última hora resolveu voltar.
Acabou não fazendo nem uma coisa nem outra e ainda confundiu seus zagueiros, que deixaram o centroavante da Lusa fazer a única coisa que conseguiu durante os mais de 90 minutos de jogo: subir num cabeceio clássico, pra baixo, e abrir o marcador no estádio municipal Marechal Eurico Gaspar Dutra. Portuguesa 1 a 0.
Pra aumentar o terror, aos 24 minutos, o goleiro Weverson fez um pênalti claro no atacante Fernando. O estádio inteiro viu, menos o juiz André Luiz de Freitas Castro, que não marcou absolutamente nada.
Sentindo o peso do golpe, o Cuiabá passou a aceitar a marcação da Portuguesa, que percebeu o bom momento, avançou seus jogadores e começou a deitar e rolar em cima de Reinaldo e Marcelo, especialmente Maylson, o estreante Diego Souza e o tal do Jesus, os mais agudos pelo lado dos paulistanos.
E foi uma jogada rápida do trio que quase levou torcedor do Dourado ao infarto aos 27 minutos, quando Ricardo Jesus recebeu uma bola livre depois de mais uma falha de comunicação entre o goleiro Gatti e seus zagueiros; mas a sorte estava do lado de cá e o chute parou na trave. Fim do primeiro tempo.
Os dois times voltaram para o segundo tempo dispostos a dar ao torcedor mais do mesmo, mas o Cuiabá estava claramente mais concentrado e voltou a mandar no jogo, ainda que sem muito direcionamento objetivo.
Como persistência e vontade são sempre as melhores armas dos mais pobres, a equipe esmeralda da Capital foi recompensada pelo árbitro da partida aos 36 minutos, num enlace entre Leandro, do Cuiabá, e o zagueiro Renato, da Portuguesa. Pênalti para o Cuiabá cobrado com perfeição por Fernando, clássico goleiro em um canto, bola no outro. Cuiabá 1, Portuguesa 1.
Daí em diante, nem a Lusa queria se arriscar a levar uma desvantagem pra casa nem o Cuiabá queria perder a passagem para São Paulo, então foi aquilo: passes longos pra frente e vamos ver no que dá.
Não deu em nada e aos 48 minutos, fim de jogo. A próxima e decisiva partida será na próxima quarta-feira, no Estádio Municipal do Pacaembu, na capital paulista.
