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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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Papo de Mano: treinador vê Andrés como escudo para Seleção Brasileira

Sai Ricardo Teixeira, entra José Maria Marin no comando da CBF. Logo em seguida, Andrés Sanches coloca o cargo à disposição. Mas continua, assim como o técnico Mano Menezes, à frente da Seleção Brasileira. Apesar das mudanças políticas na entidade, o treinador do time canarinho acredita na continuidade do trabalho.


É verdade que pelo futebol pouco empolgante da Seleção e pelo fato de ter sido contratado por Ricardo Teixeira, muitos imaginaram que Mano poderia estar na berlinda nessa nova fase. Ele, no entanto, não se sente assim. Sabe que precisa melhorar o rendimento do time, mas confia nas palavras do novo presidente.

- O Marin deixou bem claro a intenção de continuar aquilo que o Ricardo começou como planejamento para a Copa do Mundo. Estou falando em termos de Seleção. Fiz algumas colocações, daquilo que entendo e acredito, sobre respeito e lealdade mútuos. E vou repetir: nunca pedi a um dirigente para ter estabilidade - falou o treinador.

A relação de Mano Menezes com Andrés Sanches, agora diretor de seleções da CBF, sempre foi próxima. Desde os tempos de Corinthians. Não por estabilidade, mas pelo bem da Seleção Brasileira, o treinador acredita que o principal papel do cartola é ser uma espécie de escudo para jogadores e comissão técnica.

- O vejo com uma responsabilidade muito grande de dar proteção à Seleção Brasileira, principalmente em um momento político como esse. O papel dele também é passar confiança aos jogadores e à comissão técnica. Dar tranquilidade para conduzirmos o trabalho - disse Mano Menezes.


Mano Menezes completa em julho dois anos de Seleção (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)Neste bate-papo, realizado nas dependências da TV Globo, em São Paulo, Mano Menezes também falou sobre a polêmica presença de Ronaldinho Gaúcho na pré-lista para as Olimpíadas, comenta sobre a ascensão de Neymar no futebol e fala que Messi tem capacidade para superar Maradona. Se vencer uma Copa do Mundo....Ele só não quis falar sobre ter sido parado por uma blitz da Lei Seca, no Rio de Janeiro, durante a semana. Confira a íntegra da entrevista abaixo:

GLOBOESPORTE.COM: Como você vê a troca no comando da CBF? O que muda para você com José Maria Marin no cargo?
Mano Menezes: Nós tivemos uma conversa. Ele (Marin) deixou bem claro a intenção de continuar aquilo que o Ricardo (Teixeira) começou como planejamento para a Copa do Mundo. Estou falando em termos de Seleção Brasileira. Fiz algumas colocações, daquilo que entendo e acredito, sobre respeito e lealdade mútuos. E vou repetir: nunca pedi a um dirigente para ter estabilidade no cargo, porque técnico não tem estabilidade mesmo. Em um momento especial, de Copa do Mundo no Brasil, a dois anos dela, nós temos uma responsabilidade grande com a Seleção Brasileira, que é o bem maior do torcedor. Precisamos cuidar dela.

Externamente as pessoas pensam que a chegada do Andrés me dá uma condição que eu não teria como profissional da Seleção em termos de estabilidade. Não é isso!"Mano MenezesMas muda muita coisa sem o Ricardo Teixeira?
Precisamos tomar cuidado até com as propostas de mudança (no comando do futebol brasileiro). Eu não acredito muito em campanha. Aliás, eu tenho uma preocupação grande com campanha, porque assim você gera radicalismo, seja para um lado ou para o outro. Acredito nas coisas sendo mudadas de forma constante, porque aí você tem uma evolução verdadeira do que você realmente quer mudar, do que é o anseio das entidades que envolvem o futebol. Penso que esse é o caminho da Seleção Brasileira também. Exatamente para não ser apontado ali na frente como responsável direto por uma frustração ao povo brasileiro. Já vivemos uma frustração muito grande em termos de resultado na primeira Copa que realizamos aqui. E temos de ser muito responsáveis nessa hora com o que propomos como alteração.

Você e o Andrés Sanches, agora diretor de seleções da CBF, trabalharam juntos no Corinthians e ele chegou a lhe bancar após uma eliminação de Libertadores. A relação antiga com ele o ajuda agora na Seleção?
Tudo tem dois lados. Externamente as pessoas pensam que a chegada do Andrés me dá uma condição que eu não teria como profissional da Seleção em termos de estabilidade. Não é isso! O que me manteve no Corinthians não foi a amizade com o Andrés, foi o trabalho que executamos. Se naquela eliminação da Libertadores (2010) ele não mudou foi porque ele olhou para o trabalho, viu que era consistente e capaz de continuar mesmo em um momento conturbado como aquele. E o desempenho depois, no Brasileiro, comprovou isso. Isso é mais importante ressaltar.

A Seleção Brasileira passou muitos anos sem um diretor de seleções. Qual você acha que é o principal papel do Andrés?
O vejo com uma responsabilidade muito grande de dar proteção à Seleção Brasileira, principalmente em um momento político como esse. O papel dele também é passar confiança aos jogadores e à comissão técnica. Dar tranquilidade para conduzirmos o trabalho. O jogador não pode sentir incertezas internas. De forma desconfiada não rende bem. Nesses momentos, o atleta é capaz de entender que seus direitos individuais valem mais que o coletivo. E temos de pensar o contrário nesse momento. Temos de ter uma unidade muito forte, porque as dificuldades serão grandes
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