As conversas entre Loco Abreu e Oswaldo de Oliveira se tornaram determinantes na relação entre o principal astro do Botafogo e seu treinador. Com o jogador na berlinda, seu aproveitamento no time começou a ser questionado, mas o relacionamento baseado no diálogo tem se mostrado tranquilo, sem maior impacto no ambiente do grupo.

Mesmo depois de admitir que não se encaixava no esquema de Oswaldo, Loco deve, inclusive, ser titular contra a Ponte Preta, domingo, no Engenhão, ocupando a vaga de Herrera, prestes a ter sua venda para um clube dos Emirados Árabes oficializada. Um reconhecimento ao seu histórico na falta de opções para a posição.

- Há uma conjunção de detalhes que precisam ser observados: a história dele no Botafogo, o fato de ser idolatrado pela trocida, não podemos deixar de reconhecer isso. Ele oscila como a maioria, mas tem eficiência comprovada ao longo do tempo. Ter opinião não tira a possibilidade de ele se recuperar e beneficiar a equipe com todo esforço para que isso aconteça - disse Oswaldo.

O treinador garante que a barração não mudou o relacionamento com Loco Abreu. Apesar de ter pedido para não viajar antes do jogo com o Internacional, ele participou de todos os treinamentos. Oswaldo preferiu a sinceridade do atacante a um comodismo pela situação de um jogador de 35 anos, com a carreira consolidada.

- Estou completamente à vontade. As pessoas podem divergir sem entrar em choque. Tenho conversado com ele de uma forma muito franca. Ele sabe o que eu penso, sei o que ele pensa, trocamos ideias a respeito. É melhor dizer para mim que não se sentiria bem em ficar na reserva do que ir para lá contrariado, assim como ele respeita minha opinião de ter um time com mais mobilidade - disse Oswaldo.

A dificuldade em encontrar o jogador no estilo de Herrera acabou levando o treinador a recolocar Loco Abreu na balança para ser titular. A outra opção seria Elkeson, que é meia de origem, mas vem sendo utilizado na posição nos treinamentos desde o começo do Campeonato Brasileiro.

- A saída do Herrera me deixa sem tempo e opção para tomar uma decisão imediata. Estou analisando bem para saber o que pode ser melhor. Ainda não tive tempo para preparar o Elkeson nem para fazer as adaptações necessárias para a entrada do Abreu. O mais importante é ganhar o jogo e organizar melhor mais para frente - comentou Oswaldo.