Sem saber o significado da palavra derrota desde o dia 11 de abril, quando caiu diante do Real (4 a 1), o Atlético de Madri vive uma fase iluminada e já soma uma série invicta de 23 jogos (esta conta só leva em consideração partidas oficiais). São 13 vitórias seguidas desde o empate em 1 a 1 com o Levante, no duelo que abriu a temporada ainda em agosto, resultados que colocam a equipe de Diego Simeone na briga direta pela ponta do Campeonato Espanhol, com o mesmo número de pontos do Barcelona. Além disso, o clube lidera com folga o Grupo B da Liga Europa, competição na qual é o atual campeão e vem atuando sem seus principais titulares.

Os números do Atlético impressionam, e a consequência disso foram dois canecos a mais para a sala de troféus do clube neste período invicto: além da Liga Europa 2011/12, faturou também a Supercopa ao bater o Chelsea em agosto. Mais que isso, a equipe de Madri surge, pelo menos neste início, como principal concorrente do Barcelona na briga pelo título espanhol. Os times dividem a liderança com 25 pontos - sete a mais que o terceiro Málaga e oito à frente do quarto Real -, embora a vantagem no critério de desempate seja catalã.

A tarefa da equipe de Simeone é complicada, afinal, o rival na briga nacional é considerado por muitos o melhor time do mundo. Se mantiver essas boas atuações, no entanto, o sonho pode se tornar realidade, e um eventual título daria fim a uma sequência de nove conquistas seguidas da dupla Real e Barça. O último clube a quebrar essa hegemonia foi o Valencia, em 2003/04. Já o Atlético não sente esse gostinho desde 1995/96. Mas os jogadores sabem que o fim do tabu não será uma tarefa das mais fáceis.

- O título espanhol é um sonho. Todo jogador que está aqui no Atlético sonha com uma conquista dessa. Sabemos que as condições são difíceis, mas não impossíveis. É natural que eles (Barcelona) que têm um poder econômico grande sejam favoritos. Mas, em termos de material humano, temos qualidades - disse o zagueiro brasileiro Miranda.