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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Leonardo defende revisão do futebol brasileiro: 'Abrir para o corporativo'

Dirigente esportivo de um dos clubes mais ricos da Europa, o Paris Saint-Germain, Leonardo é crítico quando analisa a atual administração do futebol brasileiro. O ex-técnico e gestor do Milan, campeão mundial em 1994, acredita que seu o Brasil precisa evoluir e vê a Europa como um exemplo a ser seguido. Em entrevista ao "Arena SporTV", ele defendeu que as agremiações precisam se profissionalizar e diminuir o interesse financeiro de empresários sobre jogadores.


- No Brasil, há uma capacidade muito grande de se adaptar à estrutura que tem. São investidores que compram jogadores, os terceiros, os patrocinadores, que pagam muitas vezes os salários do clube. Até mesmo na base há casos de jogadores que não são do clube, que é apenas um ator, não é o principal. Dentro dessa conjuntura, acho que a estrutura do futebol brasileiro deveria ser revista, ela deveria abrir um pouco a instituição a um mundo corporativo, que já existe no futebol - opinou o dirigente.

Leonardo considera que os clubes precisam ter mais controle sobre eles mesmos. Ao citar o Brasil como uma potência econômica emergente, o dirigente do PSG defende ser preciso abrir espaço para executivos experientes.

- Tem que haver o crescimento do produto futebol como um todo, e não de um clube isolado. Vai surgir uma nova geração de gestores que vai chegar no futebol. O Brasil é uma "bola" que está explodindo como economia. Hoje há grandes salários, mas é algo de fora que paga - expôs.

Comentarista faz contraponto

O comentarista Zé Elias, presente no Arena SporTV, fez um contraponto à opinião de Leonardo. Ele acredita que o cenário administrativo dos clubes europeus são parecidos com o do Brasil, diferenciado-se, unicamente, pela presença de empresários bilionários, como o xeique catari Nasser Al-Khelaifi, que comprou o PSG em junho de 2011 e passou a reformular o clube desde então - craques como o sueco Ibrahimovic, o ex-zagueiro do Milan Thiago Silva e Lucas, ex-São Paulo, foram contratados por cifras milionárias.

- A grande prova é o clube onde ele está. Se o xeique não estivesse lá, o clube estava falido, provavelmente. Quando falamos de Brasil hoje, do futebol, vemos que temos um futebol como em qualquer lugar que existe grandes federações, é um ciclo viciado, pela questão do dinheiro, pelo interesse político. Não vejo só a gestão política, mas o todo. O Brasil hoje é um grande repatriador de craques não por uma questão financeira, mas porque os jogadores não têm mais mercado na Europa, seus ciclos estão fechados - disse.

Zé Elias lembrou que grandes clubes da Europa, como Barcelona e Real Madrid, também lidam com dívidas enormes.

- Na Europa, hoje, todos os clubes estão falidos. Se tirarem os patrões, vamos ter clubes como os daqui. Dizer que não há corrupção lá, é mentira. Lá se vende um mesmo produto que tem aqui, mas lá é mais "maquiado". Se o sheik do PSG não ver resultado, ele vai cansar. Eles compram o clube por vaidade, não para administrar bem. É para colocarem seus nomes à mostra. O clube volta a ser o que eram antes quando eles tiram o dinheiro - disse.
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