Após quase dois meses de silêncio, Reinaldo foi a público externar a sua angústia. Sem jogar desde o dia 26 de abril, data do primeiro jogo da final do Campeonato Carioca, por causa de uma contusão óssea no tornozelo direito, o atacante do Botafogo admitiu que o longo período de recuperação tem sido sofrido, não apenas pela ansiedade em voltar aos gramados, mas também pelos comentários irônicos que disse ouvir. Ao seu lado na entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira, em General Severiano, estava Luiz Fernando Medeiros, chefe do departamento médico Alvinegro.

O médico explicou que Reinaldo sofreu uma lesão séria, como prazo de recuperação que varia de dois a três meses, e que num primeiro momento foi diagnosticada como uma torção. Segundo Medeiros, isso, entretanto, não pode ser considerada uma falha de avaliação.

- Não é protocolo ser feita uma ressonância magnética neste caso, assim como não é protocolo um paciente que apresenta sintomas gripe ser submetido a uma bateria de exames de sangue - explicou.

Confira abaixo alguns trechos da entrevista coletiva de Reinaldo:

Atual fase

Este é o pior momento da minha carreira, pois é uma lesão complicada. Minha cabeça já esteve pior, mas depois deste esclarecimento a torcida vai ter paciência. Nunca fui de dar “migué” ou de ser “chinelinho”. Quero me recuperar totalmente para voltar a exercer minha profissão. Eu me cobro muito e queria voltar rapidamente, mas tenho que fazer tudo o que os médicos mandarem. A pior coisa é não poder me defender das críticas jogando.

Expectativa pela volta

Ficaria chateado se ninguém se lembrasse de mim, se eu fosse mais um machucado. É a lesão mais grave que tive, e aos 30 anos não esperava que fosse passar por isso, principalmente porque não pude estar na finalíssima do Campeonato Carioca. É um momento difícil, mas só tenho a agradecer a jogadores, departamento médico e comissão técnica pelo apoio que venho recebendo. Todos querem que eu volte, mas ainda não é possível. É preciso ter paciência.

Final do Campeonato Carioca 

A maior decepção da minha carreira foi não disputar a finalíssima e ter saído de campo na primeira partida, pois tinha feito um gol e estava confiante. A gente poderia ter resolvido a decisão naquele jogo. Foi difícil para o Botafogo levantar a cabeça depois daquela decisão, mas um grupo que disputou três finais na temporada não é fraco. Falam da minha saída e do Maicosuel, mas o time é bom. Tenho certeza de que neste sábado as coisas voltarão a ser como eram antes.

Ney Franco

Tenho experiência, e estou certo de que a nossa comissão técnica é uma das três melhores do Brasil. Nunca vi um treinador capaz de motivar tanto uma equipe. Fico triste com a situação atual do Ney Franco, mas por enquanto só posso ajudar com palavras de apoio. Mas ganhando do Santos, tudo volta ao normal.