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Sábado, 03 de agosto de 2024

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Encalhe de entradas para a Copa das Confederações preocupa organização

"Nós não teremos problemas com segurança e transporte. Nossa preocupação maior é com a venda de ingressos. Por isso, quero pedir ao nosso povo que vá assistir às partidas."


O apelo foi feito em rede nacional, numa das maiores emissoras de TV sul-africanas, o Canal E, pelo chefe de comunicação do COL (Comitê Organizador Local), Rich Mkhondo.

As palavras dele soaram como um pedido de desculpas à Fifa, que fez críticas públicas, e pesadas, ao pouco interesse da população pela Copa das Confederações, que começa no domingo, em Johannesburgo.

Até agora, pouco mais de 440 mil entradas, ou 70%, foram vendidas nas quatro sedes da competição. O número foi considerado satisfatório pelo COL, mas ruim pela Fifa.

A partida de estreia da seleção brasileira contra o Egito, em Bloemfontain, na segunda-feira, por exemplo, ainda têm a maioria dos 45 mil assentos postos à venda disponíveis.

"Será uma vergonha se não tivermos estádios lotados. É uma chance única, algo especial", afirmou o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke. "Quando seleções como Inglaterra ou Itália jogam, os estádios estão sempre lotados. Aqui não pode ser diferente", disse Valcke, que criticou o sistema de vendas de ingressos para os sul-africanos. Tanto que a Fifa assumiu esse papel e instalou quatro novos pontos de venda.

Na Alemanha, em 2005, as entradas para o torneio se esgotaram em pouco tempo.

O COL sul-africano acredita que uma das causas para as vendas abaixo do esperado seja o fato de a maior parte dos espectadores ser de sul-africanos.

Diferentemente do Mundial, o torneio não atrai os torcedores estrangeiros.

Nem os ingressos a 70 Rands (US$ 10 ou R$ 20) atraíram os fãs. A organização do evento também cita a crise financeira como um entrave. Após duas décadas de crescimento, a África do Sul entrou em recessão.

Quem mais aprecia futebol no país de 40 milhões de pessoas são os negros, que representam 80% da população, mas a grande maioria ainda vive em condições precárias.

Além do apelo do chefe de imprensa do COL, nos últimos dias houve uma campanha mais intensificada em emissoras de rádio e TV para tentar impulsionar as vendas, usando imagens de Kaká, Fernando Torres e alguns ídolos locais. Nesse caso, entretanto, a propaganda não tem sido a alma do negócio, como diz o ditado.

"Queríamos os estádios cheios, mas se isso não acontecer temos que considerar que esse é um evento teste para a Copa e dificilmente teremos público total", afirmou à Folha de S.Paulo Irvin Khoza, um dos coordenadores do COL.

Ele descartou, porém, a doação de ingressos para preencher estádios vazios durante a Copa das Confederações. E diz acreditar que, se a seleção africana fizer um bom papel no torneio, isso pode ajudar na comercialização das entradas. Para a Fifa, o bom desempenho do time da casa é fundamental para o sucesso comercial do torneio. Tanto que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, chegou a dar palpites técnicos sobre o time comandado pelo técnico brasileiro Joel Santana.
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