O Morumbi está na berlinda em 2009. O estádio teve sua presença na Copa-2014 posta em dúvida pela Fifa, foi palco de briga em que 49 corintianos se feriram e sediou o maior fracasso são-paulino no ano até agora na semifinal do Paulista.

Sob holofotes e ataques no primeiro semestre, o Morumbi corre sério risco de se esvaziar na segunda metade do ano. Ou será redimido em parte. Tudo depende do resultado de São Paulo e Cruzeiro, hoje, no estádio. Os são-paulinos precisam vencer por 1 a 0 para se classificar à semifinal da Libertadores.

Será, provavelmente, o maior público da equipe em casa neste ano. Já foram vendidos 49 mil ingressos antecipadamente. A expectativa da diretoria do São Paulo é de que o público fique em torno de 56 mil pessoas.

Em jogos da Libertadores, a média é de 33.600 pagantes em casa até agora. É a competição que empolga a torcida.

Atletas reconhecem o aumento da exigência dos torcedores. "Claro que o time está mais pressionado. Em 2007 e 2008, o torcedor ainda saboreava o título de 2005 [da Libertadores]. Agora, já esqueceu", disse o volante Hernanes.

Enquanto isso, os torcedores demonstram pouca atenção com o Brasileiro da Série A, que restará ao time em caso de eliminação da Libertadores.

Lançado pela diretoria são-paulina, o carnê de ingressos do Nacional só teve vendidos 1.200 pacotes até agora.

"Ainda estamos vendendo. A torcida ainda não está muito interessada. O Brasileiro não pegou. Por enquanto, o foco é só na Libertadores", afirmou o diretor de marketing do São Paulo, Adalberto Baptista, que disse esperar uma venda fraca dos carnês neste ano também por conta da "falta de cultura".

O Brasileiro também não empolga por causa do mau desempenho inicial após um tricampeonato. Hoje, o São Paulo é só o 12º colocado na Série A.

Sua média de público é a terceira, mas inflada pela promoção no jogo com o Cruzeiro. O objetivo era festejar a inclusão do Morumbi na Copa-2014.

Mas, no dia seguinte, a comemoração virou preocupação. A Fifa apontou diversos problemas no projeto do estádio que poderiam deixá-lo de fora.

A diretoria até tentou refutar os ataques, mas já aceitou fazer ajustes na sua proposta inicial. Será contratado um novo escritório de arquitetura e o orçamento pode ser inchado.

Dentro de campo, o Morumbi também não tem funcionado neste ano. O aproveitamento do São Paulo no local é de apenas 68,62% pontos, incluídos jogos do Paulista, competição de nível técnico mais fraco. É desempenho abaixo dos últimos três Brasileiros -o time chegou a ficar invicto 22 jogos em 2008 e 2009.

Neste ano, perdeu para o Santo André e para o Corinthians. Diante dos corintianos, ainda houve confusão, envolvendo a torcida rival, que pôs o estádio em questionamento.

"Uma das coisas boas que a gente fez neste ano foi a vitória contra o Cruzeiro, com o Morumbi cheio e nossa torcida nos apoiando. Temos que repetir tudo isso agora, mas estaremos no jogo da vida do São Paulo neste ano", disse o atacante Washington. E o jogo que sela o destino do Morumbi em 2009.

SÃO PAULO
Denis; Zé Luís, André Dias, Renato Silva e Jorge Wagner (Junior Cesar); Jean, Eduardo Costa, Hernanes (Richarlyson) e Marlos; Borges e Washington.
Técnico: Muricy Ramalho

CRUZEIRO
Fábio; Jonathan, Thiago Heleno, Leonardo Silva e Gérson Magrão; Fabrício, Marquinhos Paraná, Henrique e Wagner; Wellington Paulista (Bernardo) e Kléber.
Técnico: Adilson Batista

Local: estádio do Morumbi, em São Paulo
Horário: 22h
Juiz: Sergio Pezzota (Argentina)