O pedreiro Crispiniano Santos, de 22 anos, que sofreu algumas escoriações após a queda de três vigas na Arena Palestra, na manhã da última segunda-feira, foi ouvido na tarde desta terça-feira pelo delegado Marco Aurélio Batista, no 23º DP de São Paulo, mas não pôde colaborar com as investigações da Polícia Civil. Segundo Batista, o trabalhador, ainda atordoado, não soube explicar o que teria ocorrido momentos antes do acidente que matou o trabalhador Carlos de Jesus, de 34 anos.

- O depoimento dele não acrescenta muito na identificação das causas do acidente. Ele não ouviu nenhum barulho antes do desabamento, e não pode esclarecer possíveis causas da queda das vigas. Ao cair, Crispiniano ficou desacordado e só lembra que foi socorrido pela equipe médica. Ele não viu nada de irregular - comentou o delegado, que trabalha na identificação dos responsáveis pelo planejamento e construção dos futuros camarotes do estádio palmeirense, para intimar as pessoas ligadas às construtoras WTorre e TLMix, responsáveis pela obra.

Até o momento, Marco Aurélio Batista ouviu um engenheiro que estava na Arena Palestra (não era o responsável pelo local), um trabalhador que viu o acidente, e uma técnica de segurança do trabalho. Por enquanto, o delegado evita apontar possíveis culpados pela morte de Carlos de Jesus.

- Vamos tentar identificar quem é o culpado pelo acidente, direta ou indiretamente, e fazer esse indiciamento por parte da delegacia, caso tenhamos esse indicador de culpa. Vamos tentar definir por que aconteceu, e o que ocasionou esse acidente. Precisamos peneirar os dados para que haja uma responsabilização - disse.

A polícia trabalha com a perspectiva de concluir as investigações em 30 dias. Caso não seja possível ouvir as testemunhas e analisar os dados colhidos pela perícia, Marco Aurélio Batista solicitará a prorrogação do prazo para terminar o inquérito.