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Domingo, 21 de julho de 2024

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Meu Jogo Inesquecível: Nivaldo, hoje Gusttavo Lima, e a Raposa de 2003

Além das cinco estrelas que brilham no escudo do Cruzeiro, uma outra, alçada recentemente ao posto de celebridade da música brasileira, conquistou boa parte da torcida celeste. Sempre que tem oportunidade, o sertanejo Gusttavo Lima declara a paixão pelo time estrelado, fortalecida por influência da família. Ainda criança, tornou-se cruzeirense e nunca poderia imaginar que, no futuro, teria uma de suas músicas cantadas pelos torcedores nas arquibancadas do Mineirão.


Gusttavo Lima se surpreendeu ao saber que a torcida azul fez uma paródia de seu sucesso, “Balada boa”. As provocações entre cruzeirenses e atleticanos são muito comuns nos jogos entre os dois, e a torcida celeste costuma tirar sarro dos torcedores do Galo, por conta do rebaixamento à Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, em 2005. O maior sucesso do cantor foi parodiado pela torcida do Cruzeiro, que canta, frequentemente, nas arquibancadas: “Tchê, tchererê, tchê, tchê, nunca caí pra Série B”.

Questionado sobre a brincadeira, Gusttavo Lima caiu no riso. O cantor afirmou que considera saudável esse tipo de provocação.

- Que coisa boa (risos). Agradeço o carinho dos fãs cruzeirenses e de todos os torcedores que fazem essas brincadeiras pelo Brasil inteiro. Quero mandar um beijo para a torcida do Cruzeiro.

Sem Alex, mas com Zinho e Mota

Justamente quando serão completados dez anos da conquista da Tríplice Coroa (Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro) pelo clube mineiro, o astro do sertanejo universitário brasileiro revelou que a vitória de 2 a 1 sobre o Paysandu, com gols de Zinho e Mota, sacramentando a conquista do Brasileirão, em 2003, foi a mais marcante de toda a sua vida.

Nascido em 1989 na cidade de Presidente Olegário, próximo a Patos de Minas, no Alto Paranaíba, o pequeno Nivaldo Batista Lima, que tinha 14 anos e ainda não havia adotado o nome artístico de Gusttavo, cresceu um uma família dividida entre cruzeirenses e atleticanos. Mas, segundo o cantor, foi um namorado de sua irmã que lhe apresentou o Cruzeiro e o fez se apaixonar pelo time celeste. E a convivência com o cunhado, torcedor fanático, foi fatal para a decisão.

- Rapaz, lá em casa é uma briga danada, porque tem muitos atleticanos e muitos cruzeirenses. Todo mundo na minha família e os meus amigos gostam de futebol. Na verdade, tive um cunhado que era doente, mas doente mesmo, pelo Cruzeiro. Criei uma paixão com o clube por causa dele. Víamos jogos nos barzinhos. É um cara que sabe tudo do Cruzeiro. Então, criei uma simpatia a mais a partir dele.

A carreira como cantor, as longas viagens e as turnês pelo Brasil e pelo mundo se tornaram um empecilho para Gusttavo Lima assistir com frequência às partidas do Cruzeiro. Ainda jovem, o cantor deixou o noroeste de Minas Gerais para tentar a vida em Goiânia, região onde muitos sucessos da música sertaneja brasileira já despontaram.

- Comecei a acompanhar os jogos do Cruzeiro. Mas, como saí de casa muito novo, deixei de ver um pouco, por causa das viagens, das turnês, dos shows. É uma correria muito louca. Cada dia, estou em um lugar, em uma cidade, em um estado diferente. Então, agora, não assisto como gostaria.

O ilustre cruzeirense não se esquece da partida que deu o título brasileiro de 2003 ao time celeste. Em um ano mágico para os cruzeirenses, o clube conquistou a Tríplice Coroa, com os títulos invictos do Campeonato Mineiro e da Copa do Brasil e uma campanha histórica no Brasileirão, com 100 pontos, 102 gols marcados e o melhor aproveitamento da história na competição na era dos pontos corridos. Na pequena Presidente Olegário, ainda criança, e sempre na companhia do cunhado responsável pela "conversão", acompanhou o capítulo que selou o ano irretocável do Cruzeiro.

- Tenho muitos jogos inesquecíveis. Mas o de 2003, na final do Brasileiro, quando o Cruzeiro ganhou de 2 a 1 do Paysandu, com um gol do Mota, foi o mais marcante. Essa partida jamais vou esquecer.

Comandado por Vanderlei Luxemburgo, o time de 2003 tinha como principal jogador o meia Alex, que hoje atua pelo Coritiba. Na briga pelo título do torneio nacional com o Santos, que tentava o bicampeonato, o Cruzeiro chegou à partida contra o Paysandu, no Mineirão, no dia 30 de novembro de 2003, a uma vitória para garantir o título, com duas rodadas de antecipação.

No entanto, o time estava desfalcado de seu principal jogador. O capitão Alex havia recebido o terceiro cartão amarelo na partida anterior, contra o Paraná, e cumpria suspensão automática. O experiente Zinho assumiu a camisa 10 e não decepcionou. Logo aos 7 minutos, ainda no primeiro tempo, o meia abriu o placar, em uma cobrança de falta que passou por toda grande área do Papão e entrou sem tocar em ninguém.

Na etapa complementar, o atacante Mota, que saiu do banco de reservas, marcou o segundo gol, aos 29 minutos, em um chute de bico, no canto direito do goleiro Carlos Germano. O Mineirão lotado explodiu em festa. A torcida foi ao delírio na comemoração do gol que dava a conquista do Campeonato Brasileiro ao Cruzeiro. No fim da partida, o atacante Aldrovani, do time paraense, ainda descontou para o Papão, mas não impediu a festa dos torcedores celestes, que comemoraram o belo desfecho de um ano inesquecível.

Orgulho de ser cruzeirense

Em show realizado na zona sul de Belo Horizonte, Gusttavo Lima não ficou no muro. Durante a apresentação, um músico da banda, que tocava acordeom, tocou o hino dos dois clubes mineiros e provocou reações divididas no público. O cantor, então, foi ao backstage e buscou uma bandeira com o escudo da Raposa. Abraçado ao pavilhão celeste, declarou, sempre pregando respeito ao rival, a paixão pelo time estrelado.

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