- Se for para os pênaltis, meu time está preparado.
A frase é do técnico Muricy Ramalho, logo após a classificação contra o Mogi Mirim, pelas semifinais do Paulistão, ao ser perguntado sobre uma eventual nova disputa por penalidades na final. O comandante disse isso antes mesmo de saber que o adversário seria o Corinthians.
A confiança se dá principalmente pelo heroísmo de Rafael Cabral. O goleiro do Santos defendeu duas cobranças contra o Sapão e também diante do Palmeiras, nas quartas de final, garantindo o time vivo na luta pelo tetra inédito. Fruto de muito treinamento, estudo, estratégia e brincadeiras. Sim, a diversão também ajuda o camisa 1.
Na rotina do CT Rei Pelé, é comum o goleiro praticar o fundamento com Neymar e André depois das atividades. A disputa entre o trio é levada a sério, mas também com doses de bom humor. Especialista nas penalidades, ele revela qual a motivação deles para levar o treinamento a sério, além da tática adotada antes das cobranças.
- Estamos sempre em treinamento e com dois atletas que batem muito bem pênalti, com muita qualidade. Isso ajuda bastante. Sempre rola uma aposta de servir o jantar e o almoço para quem ganha. Por isso, o treino fica mais sério e competitivo, pois ninguém quer perder (risos). Isso é ótimo para todos. Tento sempre esperar a batida e não sair antes - diz Rafael.
Além dos treinamentos, o estudo dos batedores adversários é outro fator que ajuda Rafael nas cobranças, mas ele admite que não tinha informações de como os atletas do Sapão efetuavam as cobranças.
A grande referência de Rafael na posição é Marcos, ídolo do Palmeiras que ficou famoso justamente pelas defesas de pênalti. O pentacampeão do Mundo com a Seleção em 2002, é um dos espelhos de Rafael na posição. O santista já declarou, inclusive, que pensa em fazer carreira no Peixe, como Marcos fez no Verdão.
Apesar de o sucesso ter explodido agora, Rafael já é conhecido por defender pênaltis desde as categorias de base do Peixe. A primeira vez em que foi decisivo foi no Torneio de Turim, na Itália, em 2008, quando pegou duas cobranças. Na ocasião, o atleta começou a adotar a tática de andar sobre a linha do gol e apontar para um dos lados, induzindo os batedores ao erro. Desde então, ele nunca mais parou de usar a estratégia, que funcionou no mata-mata do estadual.
Rafael, goleiro do Santos (Foto: Marcos Ribolli)Rafael defende pênalti contra o Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli)
Depois das classificações com alta dose de adrenalina no Paulistão, Rafael e o Santos deixam o estadual de lado para se concentrar na Copa do Brasil. O Peixe enfrentará o Joinville, nesta quarta-feira, às 22h, na Arena Joinville, pela segunda fase do torneio. O desejo é eliminar o jogo da volta, vencendo por dois gols de diferença. Mas se o time precisar dos pênaltis para seguir em frente na competição, ou mesmo na busca pelo título do Paulistão, "São Rafael" estará pronto.
