O técnico Tite reservou o período inicial do Campeonato Brasileiro para buscar um esquema tático que se encaixe no estilo que o Corinthians adotou após as mudanças no elenco, principalmente a saída de Jorge Henrique e a chegada de Renato Augusto. Após evitar alterações durante a disputa da Taça Libertadores da América, o comandante agora busca a formação ideal. Porém, alguns fatores vêm atrapalhando a cabeça do treinador.

Titular na reta final do ano passado – inclusive na estreia do Mundial de Clubes, contra o Al Ahly, do Egito – o meia Douglas perdeu vaga na equipe. Viu vários jogadores serem escalados em seu lugar: Jorge Henrique, Renato Augusto, Romarinho... Voltou a agradar Tite no empate por 1 a 1 com o Goiás, pela segunda rodada do Brasileirão. Porém, a esperada estabilidade não veio.

Douglas ganhou elogios do técnico pela retomada do desempenho após o confronto em Goiânia. Fora do time contra a Ponte Preta, na partida seguinte, voltou a ser titular na derrota por 1 a 0 para o Cruzeiro, na última quarta-feira. Apagado, criou poucas oportunidades e bagunçou ainda mais a disputa por um lugar no meio-campo do Corinthians.

Ralf, Paulinho e Danilo construíram uma sequência e só são sacados por veto do departamento médico ou recomendação dos preparadores físicos. A dupla de volantes, por exemplo, é titular há três anos. Já o dono da quarta vaga do setor, considerada a mais importante, já que é o posto de armador do time, é uma incógnita. Com o retorno de Renato Augusto, recuperado de lesão, o número de variações à disposição de Tite aumentará.

Contratado do Bayer Leverkusen, da Alemanha, Renato Augusto rapidamente se tornou titular no início desta temporada. O Corinthians parecia encaixado com ele e Danilo no meio-campo, com Alexandre Pato e Paolo Guerrero com opções no ataque. Porém, uma grave lesão muscular sofrida no dia 24 de março, em partida contra o Guarani, pelo Paulistão, reabriu o posto de armador.

Fora de forma, Douglas abriu espaço para Romarinho. Tite passou a utilizar Danilo de forma centralizada, com o jovem atacante flutuando pelos lados, assim como Emerson Sheik. Ambos se revezavam entre direita e esquerda. Os problemas na armação e a baixa efetividade do setor ofensivo não agradaram o técnico. E mais mudanças vieram...

O setor ofensivo foi responsável por apenas um gol nos últimos nove jogos – Emerson marcou na vitória por 1 a 0 sobre a Ponte Preta. Insatisfeito, Tite quer usar a pausa para a Copa das Confederações para consolidar uma formação que ganhe sequência no Brasileirão. Em entrevistas anteriores, o treinador já deixou claro: não quer saber de um Timão ‘mutante’ a partir de julho.

A última partida antes do período sem jogos será neste sábado, às 18h30m, contra a Portuguesa, no estádio do Pacaembu. Ainda sem Renato Augusto, que só voltará em julho, Tite pode optar por Douglas ou Romarinho. O último teste para, quem sabe, iluminar e orientar o treinador na busca pela formação que lutará pelo sexto título brasileiro da história corintiana.