O técnico da seleção sul-africana, o brasileiro Joel Santana, disse foi de arrepiar o encontro com o ex-presidente Nelson Mandela após o treino desta quarta-feira, véspera do duelo contra o Brasil na semifinal da Copa das Confederações.

"Foi um momento histórico diante de um símbolo mundial, foi um momento de orgulho muito grande. Sinceramente, quando encontramos, realmente foi de arrepiar. É uma pessoa altamente carismática, de fisionomia muito tranquila", disse.

"Só a presença e o olhar dele já transmitem uma tranquilidade muito grande. Foi um orgulho muito grande, jamais pensei que poderia ter esse tipo de oportunidade. Estou muito agradecido. Para mim ele desejou boa sorte", completou.

O ex-presidente, hoje com 91 anos, tem evitado aparecer em público por causa dos problemas de saúde. Mesmo assim, convidou toda a delegação para ir a sua casa no bairro de Houghton.

"Para os jogadores, foi um dos momentos mais especiais, junto à classificação. Foi incrível, ele disse que acredita em nós", contou o capitão dos Bafana Bafana, Aaron Mokoena.

Mandela, símbolo da luta contra o apartheid, é respeitado e admirado no país, principalmente pelos negros, que são a maioria absoluta entre os "Bafana Bafana", como são conhecidos os jogadores.

Durante sua luta pela igualdade de direitos, acabou preso, acusado de ser terrorista, e foi condenado à prisão perpétua. Absurdo, mas poderia ter sido pior se pensarmos que o líder, ao ficar com a perpétua, escapou do enforcamento. Preso, virou símbolo de uma comoção nacional e mundial em nome da igualdade.

Foi libertado em 1990, depois de 27 anos, e, em 1993, recebeu o Prêmio Nobel da paz ao lado de Frederik de Klerk - último presidente branco da África do Sul.