Os jogadores do Botafogo passaram por um novo tipo de exame nos últimos dias. O clube, visando coletar informações genéticas de seus atletas para o melhor conhecimento a respeito de suas características individuais, deu início, na última sexta-feira, à execução de um inovador processo. Trata-se da coleta de salivas para o mapeamento de genes. O fisiologista Altamiro Bottino e o termografista David Mahamud comandaram os procedimentos.

O exame é uma parceria do Bota com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), local para onde será levado o material recolhido, na próxima segunda-feira. A previsão de conclusão da análise é de 20 dias.

Ao site oficial do clube, Altamiro explicou como funciona todo o processo.
- Esse mapeamento é único no Brasil, nunca se fez algo tão abrangente como estamos fazendo. Com ele, teremos um banco de dados em cima de cinco características diferentes: velocidade, força, potência, capacidade aeróbica e assimilação de cafeína. Poderemos otimizar o treinamento de forma a trabalhar o ponto forte de cada atleta, baseado em seus genes.

A parceria com a Universidade ainda será benéfica para os dois lados, de acordo com David Mahamud.
- Nós poderemos saber as características genéticas dos atletas e fazer uma preparação específica para eles. Já a Unifesp possui um projeto chamado Atletas do Futuro, no qual tem o banco de dados de atletas das categorias de base e profissionais. Baseada nos nossos jogadores, vai saber quais genes são relacionados à determinada valência e poderão preparar seus atletas para um esporte específico

Inicialmente, os genes avaliados serão: ECA1 (Influencia na eficiência da entrega de sangue à musculatura através do controle da pressão sanguínea); BDKRB2 (associado ao aumento do consumo de glicose pelo músculo e aumento de produção de óxido nítrico); ACTN3 (relacionada à maior absorção/transmissão da força através da fibra) e AGT4 (proteína precursora da angiotensina II, um potente agente vasoconstritor).