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Sábado, 20 de julho de 2024

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Lembra dele? Ex-jogador Claiton vai aplaudir Furacão na final contra Fla

O ex-volante Claiton, aposentado após participar do Campeonato Potiguar de 2013 pelo Alecrim, está de olho na final da Copa do Brasil. E, apesar de ter defendido Flamengo e Atlético-PR, não pensa duas vezes quando perguntado sobre para quem vai torcer na decisão.


- Atlético-PR (convicto)! É sem pensar. Eu me identifiquei rápido com o Atlético, e foi o time que até me acolheu quando saí do Flamengo - disse, lembrando a transferência em 2007, quando deixou a Gávea muito criticado pelos torcedores flamenguistas.


O coração é do Furacão, onde virou ídolo rapidamente e ganhou o apelido de Predador. E o laço criado prescindiu de títulos: bastou ajudar o clube a fugir da degola em 2007. Dois anos depois, quando voltou do Japão, foi apresentado com status de craque e aos gritos de "ô ô ô, o Claiton é predador" na Arena da Baixada. Porém, essa passagem ficou marcada também por duas cirurgias no tendão de Aquiles direito e uma no joelho esquerdo. Hoje, aos 35 anos, diz que as lesões foram as responsáveis por fazê-lo abandonar as quatro linhas.

- Virei ídolo da torcida e sou muito querido por todos lá. É o time para o qual torço depois do Inter, que é o meu time de coração mesmo, ou torço até igual pelos dois. O Atlético virou time do coração, vivi os melhores momentos da minha carreira e os piores com as cirurgias. Vou a Curitiba vê-los, quando o Atlético vem a Porto Alegre sempre vou ao hotel e sou tratado como se ainda jogasse lá. Criei uma identificação muito grande, me acolheram de maneira impressionante. Cheguei com o time lutando para não cair e consegui unir o grupo, foi muito legal. Voltei em 2009 e fui apresentado no estádio, dando volta (olímpica), algo que sempre sonhei quando via coisas parecidas na Europa. A torcida gritava meu nome (durante a volta), não teria lógica não torcer pelo Atlético-PR, é até uma retribuição - justificou-se.


O descrédito com os flamenguistas foi decisivo para a diretoria negociá-lo em apenas um semestre. Mas se engana quem pensa que Claiton guarda alguma mágoa do Flamengo. Viveu situação marcante na conquista de seu primeiro troféu pelo clube, a Taça Guanabara de 2007. Machucou-se no lance do quarto gol da vitória por 4 a 1 sobre o Madureira e teve de deixar o campo. Voltou com uma imobilização no braço direito na hora da comemoração e ergueu o caneco com o auxílio de Léo Moura. (relembre a conquista em vídeo acima)

- Sofri um pênalti do Odvan e saiu o gol do Renato Abreu. Eu me machuquei nesse lance quando caí e saí do jogo. Quando eu estava no chão, o Moura (Léo) e o Abreu (Renato) chegaram em mim e disseram para eu voltar na hora da taça. Aí o Moura botou a taça no meu braço, eu levantei de um lado e ele do outro. Foi muito legal levantar o troféu pelo Flamengo e no Maracanã, um estádio místico. Só tenho a agradecer ao Flamengo. O Flamengo é um sonho realizado, sonho de qualquer menino que começa a jogar bola. Realizei esse sonho e fui capitão do time. Admiro o Flamengo, admiro a torcida e sem dúvida jogar pelo clube foi uma das coisas mais importantes da minha carreira. Não tenho nada contra, o Flamengo foi a realização.

Claiton vem se preparando para se tornar treinador e estagiou com Dunga nos últimos meses do tetra mundial à frente do Internacional
Claiton ficou marcado por bater muitas palmas em campo, e no Rio torcedores chegaram até a chamá-lo de foca. Nada que o incomode. Vibrante, acredita que o impacto sonoro provocado pelas palmas é superior ao de um grito.

- Vejo como uma maneira de me manter ligado, entro no jogo (com as palmas). Sempre tive isso desde pequeno: de estar ligado, falar bastante e agitar. Às vezes, gritando, você acaba não chamando atenção do companheiro. Já com a palma você chama atenção, faz com que queiram te enxergar. Fui capitão em quase todos os times e meus companheiros gostavam. No Botafogo, o Zé Roberto (ex-Fla e Vasco também) falava: "Meu capitão, me chama". Ele gosta que alguém o fique chamando, principalmente quando o jogo está quieto. Quando eu não batia muita palma, ele perguntava: "O que aconteceu? Você está estranho" (risos).
E as palmas de Claiton logo serão vistas novamente em campo, pois ele vem se preparando para virar treinador. Estagiou com Dunga nos últimos meses do tetracampeão mundial à frente do Internacional e pretende se familiarizar com a profissão ainda mais trabalhando ao lado de outros técnicos que já o comandaram.

- Fiz estágio no Internacional com o Dunga e saí uns dois dias antes de ele deixar o clube. Tive contato com o Petraglia (Mário Celso, presidente do Furacão) no primeiro jogo da Copa do Brasil entre Internacional e Atlético-PR, e ele me convidou. Convidou, não, disse que eu tenho que ir para lá (risos). Foi ele quem me contratou quando saí do Flamengo. Já deixamos acertado que vou para lá em janeiro. Devo fazer no máximo uns dois meses, quero trabalhar com o Mancini, de quem todo mundo fala bem. Também já combinei de fazer um estágio com o Cuca e também quero trabalhar com o Muricy. Aí depois, se pintar alguma coisa boa, vou avaliar.
Os jogadores de times pequenos acham que estamos chegando para roubar o espaço deles. Só nos viam pela TV e criavam essa dificuldade até nos conhecerem
Claiton
Como adiantou, Claiton vai fazer um estágio no Furacão. Ele, aliás, diz que é inevitável pensar num retorno ao clube, seja como técnico ou auxiliar. Para chegar lá, já fez curso para se tornar treinador e atualmente cursa o primeiro período de Educação Física na faculdade gaúcha Sogipa.

- Deve acontecer (a volta). Seja participando de comissão ou trabalhando na base, formando jogadores. É uma maneira de pagar tudo que fizeram por mim. Vamos torcer para acontecer, até porque não quero que aconteça só por ser o Claiton. Estou estudando, me adaptando à nova atividade. Quero chegar lá por mérito. Fiz um curso de treinador que durou uma semana em tempo integral, de domingo a domingo. Estive com vários profissionais, entre eles o Celso Roth, com quem trabalhei duas vezes no Inter.
'Consagrados sofrem preconceito em times pequenos'

Acostumado a vestir camisas pesadas como as de Inter, Botafogo, Flamengo e Santos, Claiton defendeu também Pelotas, Novo Hamburgo, Passo Fundo - estes três do Rio Grande do Sul - e Alecrim em menos de um ano. Revelou ter sofrido certa rejeição nos pequenos, afirmando que jogadores de menor poder aquisitivo o enxergavam como uma ameaça ao emprego deles.

- A gente tem uma dificuldade muito grande de aceitação nos times pequenos. A gente chega com o nome, moral, um bom carro e outro patamar de vida. Aí os jogadores de times pequenos acham que estamos chegando para roubar o espaço deles. Só nos viam pela TV e criavam essa dificuldade até nos conhecerem. Sou um cara tranquilão, brincalhão e nunca tentei roubar o espaço de ninguém. Já conversei com outros jogadores com rodagem por times grandes e eles sentiram a mesma coisa. Resolvi parar porque gosto de competir e houve um momento em que senti que não estava competindo como gosto.
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