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Sábado, 03 de agosto de 2024

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Clubes brasileiros têm dificuldades em explicar fracassos na Libertadores

Um raro recorde negativo no futebol, e que só faz piorar nos últimos anos. Com a derrota do Cruzeiro para o Estudiantes, quarta-feira, o Brasil viu aumentar sua marca de maior vice-campeão de clubes do continente. Com o placar de 2 a 1 em Belo Horizonte, os clubes do país somam agora 15 segundos lugares na competição, quase o dobro dos times argentinos (8).


Com seu 22º título, os arquirrivais ganharam a competição em 73% das vezes em que chegaram até a decisão. Quando equipes brasileira foram à final, só em 46% das vezes foram campeãs --são 13 conquistas.

O aproveitamento do Brasil na final também é pior do que de uruguaios e paraguaios.

Foram três fracassos seguidos para rivais estrangeiros nos últimos anos. O diagnóstico para cada uma deles é diverso. Soberba, confiança excessiva no fator casa, deficiência técnica e falta de experiência são alguns elementos vistos nas decisões.

Mas só um fator é comum em todas as finais. Grêmio, Fluminense e Cruzeiro relegaram outras competições a segundo plano e focaram todas suas atenções na Libertadores.

Era o que importava. Essa estratégia originou nervosismo.

Os próprios clubes, na maioria dos casos, têm dificuldade de identificar o que deu errado. "São os detalhes que fazem a decisão, infelizmente não foi possível vencer", explicou o técnico cruzeirense Adilson Batista, de forma vaga.

Sua explicação tem um paralelo com a do técnico do Fluminense, Renato Gaúcho, após a derrota para a LDU, em 2008. "Queríamos o título, eu tenho certeza de que ele viria, mas coisas acontecem", divagou.

Só Mano Menezes, então no Grêmio, foi certeiro sobre os motivos de sua derrota para o Boca Juniors. "A diferença entre os times era muito grande."

É uma exceção. Na maioria das vezes, os técnicos brasileiros tendem a ver seus times como superiores aos rivais. Renato Gaúcho dizia que seu time iria brincar no Brasileiro, após ganhar a Libertadores.

A tendência dos brasileiros é também confiar demais no fato de atuarem em casa. Para Adílson Batista, antes da final, a relação com a torcida cruzeirense faria a diferença na final.

Em campo, o que se viu foram jogadores pressionados pela festa dos torcedores.

"Faltou atenção. Perdemos para nós mesmos. Nosso time ficou muito ansioso", descreveu o atacante Kléber.

Veloz e habilidoso, o Cruzeiro ficou preso na cadência do Estudiantes. Técnico e dominante em casa, o Fluminense tomou um gol da LDU logo no início do jogo. Forte na marcação, o Grêmio não achou Riquelme nas duas finais de 2007.

Não é à toa. Ao ressurgir como sonho dos brasileiros, a Libertadores deixou em segundo plano até o Brasileiro, mais rentável. O Nacional rende cerca de R$ 24 milhões só em direitos de TV aos grandes, independentemente do resultado. A expectativa do Cruzeiro era obter R$ 13 milhões se levasse o torneio sul-americano.

Mas há cartolas que entram no Brasileiro dizendo que o objetivo é a vaga na Libertadores.

Tricampeão nacional, o São Paulo não esconde sua obsessão pela competição, e entra em crise a cada eliminação. É uma tônica. A desclassificação ou a derrota na final do torneio viram tragédias na temporada.

"Primeiro, quero pedir desculpas ao torcedor", lamentou Adilson. "Tenho que pedir desculpas, mas é um jogo. E não houve esse oba, oba", acrescentou o presidente cruzeirense, Zezé Perrela. "Temos que chorar todas as lágrimas para amanhã levantar a cabeça", disse o volante do time Henrique.

Ao derrotar o Cruzeiro, o Estudiantes ganhou a Libertadores depois de 38 anos. Com 34 anos, e carreira na seleção argentina, Verón estava calmo. E assim manteve seus colegas.

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