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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Aidar, o polêmico: presidente acumula inimigos dentro e fora do São Paulo

Carlos Miguel Aidar está perto de completar cinco meses na presidência do São Paulo. Parece pouco perto da quantidade de polêmicas que ele já se envolveu nesse período. Se no começo o alvo eram os rivais - Corinthians e Palmeiras entraram em rota de colisão com o são-paulino -, o foco da vez é o ex-aliado Juvenal Juvêncio. Os dois têm trocado farpas publicamente. Dentro de campo, o time montado por Aidar faz bonito, mas, fora das quatro linhas, o clima é de turbulência.

Discutir com Aidar não foi "privilégio" apenas de Corinthians e Palmeiras. O presidente tricolor andou criticando o Cruzeiro (rival em jogo marcado para domingo, no Morumbi), dizendo que o clube mineiro "compra e atrasa pagamentos". Houve até briga internacional - ele causou ira nos dirigentes do italiano Napoli. Só que a crise agora é interna. O presidente do Tricolor resolveu bater de frente com Juvenal Juvêncio, aliado na época das eleições e agora diretor da base.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o atual presidente classificou a administração anterior como ultrapassada e disse ter herdado o clube em situação muito pior que o imaginado. Revelou que as dívidas são altíssimas e que vai demorar pelo menos mais um ano e meio para tentar colocar a casa em ordem. Era como se, após tocar um sino, numa luta de boxe, ele tivesse ido para cima de Juvenal para nocautear aquele que agora havia virado seu adversário.



Na verdade, Aidar e Juvenal se estranham há tempos. Quando resolveu fazer cortes em todos os departamentos para diminuir os gastos, a primeira a ser demitida foi a diretora de comunicação, que era extremamente ligada ao antigo mandatário. Na sequência, ele cortou as viagens dos conselheiros para os jogos longe da capital paulista, o que era rotina na administração anterior.

Em Cotia, que é a menina dos olhos do ex-presidente, ele já cortou 80 pessoas, entre jogadores e funcionários. Aliados próximos dizem que isso é uma tentativa na verdade de afastar Juvenal de vez do clube, o que não será fácil, porque o ex-presidente é extremamente forte na política tricolor.

 

Aidar é o oposto do que Juvenal foi nos últimos seis anos. O ex-delegado não aparecia no dia-a-dia e tinha um estilo centralizador. Quem concordava com sua administração seguia ao seu lado. Quem discordava, era sumariamente dispensado. Já o atual mandatário é uma celebridade, adora os holofotes. É solícito a entrevistas e sempre causa surpresa com suas declarações. Foi assim, por exemplo, quando ele disse, meses atrás, que esperaria um dia contratar Kaká, atual camisa 8, porque ele é "alfabetizado e tem todos os dentes". 

Acusado de ser preconceituoso nas redes sociais, ele foi ao programa Arena SporTV e disse que havia sido mal interpretado.

Ironias a Itaquera e bananas a Paulo Nobre

Na sequência, Aidar foi provocar o "amigo" André Sanchez, principal responsável pela construção da Arena Corinthians, estádio que abrigou os jogos da Copa do Mundo na cidade de São Paulo. Na ocasião, ele dizia que não tinha medo de ganhar um concorrente para shows na capital.

– O Itaquerão não vai ter show, aquilo lá é outro mundo, outro país, não dá para chegar lá. Lá não vai funcionar – disse.

Sanchez rebateu imediatamente, e o mandatário tricolor, como costuma fazer, contemporizou, dizendo que é amigo de Andrés e que havia sido apenas uma brincadeira, tanto que foi ao jogo que abriu a Copa entre Brasil e Croácia, no estádio.

O presidente são-paulino seguiu fiel ao seu estilo ao bater firme no "colega" Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, que disse que o São Paulo não agiu com ética ao atravessar a negociação do Verdão com o Benfica por Alan Kardec. No dia seguinte, Aidar, com status de superstar, marcou uma coletiva no estádio do Morumbi e, comendo bananas, disparou.

– A manifestação do presidente Paulo Nobre chega a ser patética. Demonstra, infelizmente, o atual tamanho da Sociedade Esportiva Palmeiras, que, ano após ano, se apequena com manifestações dessa natureza. O São Paulo perdeu vários atletas, como o Dagoberto para o Internacional, o Cafu e o Antônio Carlos através do Brunoro, nos anos 90, que os tirou fazendo ponte com o Juventude, e nem por isso ficou chorando pelos cantos. Faz parte do jogo. Como se diz nas arquibancadas, o choro é livre – disse, na ocasião.

 

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