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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Lenha na fogueira: rodada tem mais 2 pênaltis marcados por mão na bola

Bola na mão ou mão na bola? A 23ª rodada do Brasileirão colocou ainda mais lenha em uma fogueira que não para de arder nas últimas semanas. No domingo, dois pênaltis foram marcados – e outro não foi – em lances nos quais a bola bate na mão ou no braço do defensor. Aconteceu com Antônio Carlos no clássico entre Corinthians e São Paulo, e com Neto, do Santos, nojogo contra o Figueirense. Nos dois casos, bola na marca da cal. Confira abaixo os vídeos dos lances, as opiniões dos comentaristas nas transmissões e a explicação de Leonardo Gaciba sobre a polêmica regra da bola na mão.

Antônio Carlos: pênalti 

O São Paulo vencia por 1 a 0 na Arena Corinthians, quando Malcom invadiu a área e chutou para defesa do goleiro Denis. Na sequência, a bola bateu no braço do zagueiro Antônio Carlos, que vinha na corrida. O árbitro Luiz Flávio de Oliveira hesitou, mas marcou o pênalti, convertido por Fábio Santos – o Corinthians acabou vencendo a partida por 3 a 2. O comentarista de arbitragem da TV Globo Arnaldo Cezar Coelho, que participava da transmissão, concordou com a marcação do juiz.
 - Foi toque de mão sim. Quando volta do goleiro, ele faz aquele movimento para querer tirar o braço, mas toca com o braço mesmo, faz o movimento. O juiz esperou um pouco. Ele mexe com o braço e arremessa a bola para dentro do gol. O juiz esperou a bola chegar no gol e, como salvaram o gol, ele aí pode dar o pênalti. Não é para dar o cartão vermelho, mas que houve o pênalti, houve, muito boa a interpretação do árbitro, que teve tranquilidade. Foi toque de mão – afirmou Arnaldo Cezar Coelho na transmissão da TV Globo.


O ex-árbitro Leonardo Gaciba, comentarista do SporTV, concorda com Arnaldo. No programa Troca de Passes, na noite de domingo, ele explicou o lance.


- Para mim, houve a penalidade. Eu costumo fazer um exercício quando ocorre esse tipo de jogada. Se o Antônio Carlos fosse um atacante, e a bola entrasse no gol, você validaria o gol ou anularia por ter sido com a mão? Todos nós marcaríamos o toque do atacante e anularíamos o gol. Consequentemente, para mim, a interpretação desta jogada é pênalti - afirmou Gaciba.

Neto: só escanteio

Na vitória do Santos sobre o Figueirense por 2 a 1, foram dois lances parecidos e polêmicos. Aos 12 minutos do primeiro tempo, Cleyton tenta cruzar, e a bola bate no braço esquerdo de Neto antes de sair pela linha de fundo. O juiz Elmo Resende Cunha marcou apenas escanteio. Luiz Ademar, comentarista de futebol do SporTV, estava na transmissão do Premiere e discordou.

- Esta eu colocaria na cal. Ele foi totalmente imprudente, abriu os braços, correu risco. Para mim, foi pênalti – disse Luiz Ademar.

Alison: outro desfecho

Aos 47, a história se repetiu na Vila Belmiro, mas com desfecho diferente. No mesmo canto do campo, Leandro Silva cruzou, e a bola bateu na mão do santista Alison, que tentava cortar o cruzamento. Desta vez, o árbitro marcou. E o comentarista Luiz Ademar discordou novamente.

- Esta eu não marcaria. O jogador está muito próximo. Há um cruzamento forte, e a bola explode no braço dele, sem a menor intenção. Este pênalti, para mim, não foi, mas o árbitro, talvez com a consciência pesada porque não deu o que foi, do Neto, marcou. O jogador do Santos está de lado, ele nem percebe que tomou uma bolada no braço – afirmou Luiz Ademar.

Palavra de especialista


Gaciba publicou na semana passada em seu blog um longo texto sobre a regra da bola na mão. Ele explica que a regra não mudou, mas a recomendação da Comissão da Arbitragem da CBF agora é diferente.

- O raciocínio da Comissão é que o jogador, ao se jogar no caminho da trajetória da bola está em ação deliberada de cortar um cruzamento. Portanto, o objetivo deste atleta é impedir que a bola chegue até a área (ou ao gol). Se conseguir seu intuito fazendo este corte com as mãos (sempre leia mãos e braços) a infração deve ser marcada quando a bola bater diretamente em suas mãos. A FIFA (não eu) interpreta que este atleta “correu o risco” desta bola bater em sua mão jogando-se em sua trajetória. Nestes casos a orientação é marcar mão deliberada só escapando o atleta que tiver suas mãos ou braços juntos ou a frente de seu corpo. O problema é explicar e convencer as pessoas que este não é um “movimento natural”. Aliás, vale uma vírgula com relação a este termo que NÃO EXISTE na lei do jogo. Este foi outro subterfúgio utilizado para explicar outros lances que agora depõe contra ao novo conceito – explicou Gaciba.
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