Além de permitir a instalação de “prédios inteligentes”, a chamada internet das coisas – máquinas conversando entre si e gerando uma montanha de dados para aprimorar suas funções – começa a atravessar nova fronteira: os estádios esportivos. Graças a softwares especialmente desenvolvidos, esses “estádios inteligentes” não terão apenas redes wi-fi, sensores de alarme, sistemas automáticos de catracas e portas, termostatos e bilheterias eletrônicas, mas também permitirão que os administradores dessas praças possam controlar o número de pessoas presentes, o que elas fazem e quanta água e energia estão consumindo.
O espectador, por sua vez, pode encomendar uma bebida ou lanche sem precisar perder parte do jogo – o pedido é feito diretamente da arquibancada. O uso de sinalização digital nesses estádios inteligentes também permitirá que os usuários recebam informação útil em tempo real, orientando-se sobre as áreas de mais fácil acesso ou onde as filas são menores (incluindo as dos banheiros).
Os custos desses sistemas ainda são altos, mas especialistas preveem que essa tendência é irreversível. Por um motivo claro: sua utilização permitirá uma gestão muito mais eficiente em instalações tão grandes, o que, ao final das contas, irá gerar economias de longo prazo, compensando o investimento inicial. Além disso, irá proporcionar maior satisfação aos espectadores, que passarão a frequentar com mais assiduidade os eventos, aumentando o faturamento – enfim, um círculo virtuoso.
Os desafios tecnológicos também ainda precisam ser superados, sobretudo para obter maior eficiência na conectividade de equipamentos (melhorando a capacidade das redes wi-fi). Outro ponto de melhoria está fora da estrutura dos estádio: são as baterias dos smartphones e dos gadgets utilizados pelos espectadores, que precisam ter tempo de duração maior. Um desses dispositivos mais parrudos, aliás, já está em fase de testes nos jogos de rúgbi realizados no estádio de Twickenham, na Inglaterra: um visor wireless, instalado na cabeça como se fosse um fone de ouvido, fornece “cartões” com informações em tempo real a respeito do jogo, permitindo ao torcedor entender melhor o desempenho dos jogadores, variações táticas e dados variados colhidos pelos organizadores.
