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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Tribunal soma R$ 47 mi em ações contra Lusa e trava venda do Canindé

Tida como salvação para a profunda crise financeira da Portuguesa, a venda do Canindé está barrada pelo Tribunal do Trabalho. A Justiça reuniu, em uma única ação, valores devidos pelo clube em oito processos diferentes – a soma é de R$ 47,325 milhões até agora, mas pode aumentar caso nova execuções sejam adicionadas.


Para garantir o pagamento dos débitos, a 59ª Vara Trabalhista de São Paulo não só penhorou, como também tornou indisponível um terreno de 42 mil metros quadrados da sede social da Lusa. Qualquer negociação referente ao imóvel, que não inclui a área onde está o estádio, apenas as áreas de administrativas e de lazer, tem de passar pelos tribunais.

– Só a Justiça pode liberar a venda – afirmou o juiz Maurício Marchetti, responsável pelo processo original, de autoria do ex-jogador Tiago de Moraes Barcellos.

A ação, de 2002, cobra cerca de R$ 5 milhões. Houve acordo seis anos depois, mas a Portuguesa só saldou metade da dívida, o que fez com  que a disputa voltasse à vara de origem, que determinou a penhora do terreno – há um recurso do clube para ser julgado.

Com o imóvel como garantia, mais processos em fase de execução foram incluídos nesta mesma cobrança. São outros sete, um deles cível – a preferência é das ações trabalhistas, porém.

Entre os ex-jogadores que têm dinheiro a receber da Portuguesa estão o ex-zagueiro Rogério Pinheiro (R$ 10 milhões) e o atacante Ricardo Oliveira (R$ 1 milhão).

O terreno foi avaliado por um perito em R$ 123 milhões, suficiente para o pagamento dos R$ 47 milhões somados à ação movida por Tiago. Há a expectativa, porém, de que novas execuções ampliem esse valor. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal Regional do Trabalho da 2º Região, 139 processos tramitam contra a Portuguesa no órgão, em diferentes fases.

– A reunião desses processos visa dar garantias às outras execuções, de que todas receberão. Além de agilizar, é também uma forma de dar publicidade à existência dessa penhora para que outros credores tenham ciência disso – disse Marchetti.

O Canindé é o maior patrimônio da Portuguesa, que tem dívidas expressivas – só aos governos Federal, Estadual e Municipal, são cerca de R$ 100 milhões.

Negociar o local na Zona Norte da cidade era o principal plano do ex-presidente Ilídio Lico, que renunciou em março. Havia tratativas com incorporadoras que previam a cessão de parte do terreno para a construção de torres residenciais em troca da reforma do estádio.

Um dos projetos tinha a aprovação da Prefeitura de São Paulo, que é proprietária de pouco mais da metade da área total, e incluía também a construção de um hotel, um centro de convenções e outro comercial para até 80 lojas – a Lusa receberia R$ 160 milhões à vista e seria sócia do empreendimento orçado em R$ 1 bilhão.

O atual mandatário, porém, tem se posicionado de forma contrária a uma transação que inclua o Canindé. Jorge Manuel Gonçalves já declarou que "vender não faz sentido". Desde 2013 o time já sofreu três rebaixamentos: caiu para a Série B e, depois, para a C, e, na última semana, para a segunda divisão do Paulista. Jogadores e funcionários estão com salários atrasados. 
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