A arena do Palmeiras completa no próximo dia 19 seis meses de funcionamento. Mesmo sendo motivo de elogios e de orgulho para os torcedores alviverdes, o estádio ainda não está totalmente pronto. A construtora WTorre, que administra o complexo, trabalha para cumprir etapas atrasadas de finalização e acabamento. A principal delas: definir a comercialização da galeria de lojas e da área vip no setor Cadeira Gol Norte. 

Isso porque o local vem sendo ocupado pelas torcidas organizadas, e a construtora acredita que isso possa dificultar a venda dos espaços. A solução proposta é transferir os membros das uniformizadas para o setor Cadeira Superior, um nível acima. Nesse caso,  o grupo seria separado dos demais torcedores por divisórias transparentes, para que não haja pontos cegos. 

Essa questão dos pontos cegos preocupa a construtora. Por determinação da Polícia Militar, tiveram de ser instaladas grades para separar setores do estádio, o que não existia no projeto original. Essas barreiras criam dificuldades para que se enxergue o gramado (dependendo do ponto onde o torcedor estiver sentado). Por isso, há dificuldade para que cadeiras cativas sejam comercializadas. Uma das metas da WTorre é eliminar essas divisões, afirma Rogério Dezembro, diretor da construtora. 

– Conversamos com o clube e com a Polícia Militar para subir o setor das torcidas organizadas. Isso tiraria as divisórias de baixo, e as de cima já seriam definitivas. Mas mesmo lá em cima, vamos ter de instalar (por determinação da PM), mas depois tirar porque não faz sentido. São torcedores do mesmo time – disse Dezembro, que explicou o motivo de ainda não ter efetuado a troca de todas as grades no anel inferior.   

– Estamos aprendendo a operar a arena. O estádio é padrão Fifa e não tem divisória. Não fomos atrás de uma solução definitiva porque queremos tirá-las. O estádio não foi projetado para isso. Uma delas já foi tirada (entre os setores Oeste e Sul) porque mostramos que não havia necessidade – completou.

O Palmeiras ainda aguarda a discussão do assunto entre a construtora e os órgãos públicos para depois analisar se a possível realocação das torcidas organizadas dentro da arena será positiva ao clube e aos torcedores. Procurada, a assessoria de imprensa do Verdão disse que o clube não irá comentar o assunto.   

Além da questão das grades de separação, das obras na galeria de lojas e da definição da área VIP no setor Cadeira Gol Norte, outro trabalho que deveria ter sido iniciado em janeiro, mas que ainda está pendente, é a instalação dos símbolos do Palmeiras na estrutura externa. Essa etapa, porém, não está atrasada por causa das torcidas organizadas. Dois dos quatro escudos do clube que fazem parte do projeto estão prontos, mas ainda não foram expostos por questões burocráticas.   

A infraestrutura também ainda não é ideal. Na WTorre, há a convicção de que pontos importantes do projeto não oferecem a excelência esperada, principalmente na rede wifi (conexão de internet) e na qualidade do som (o sistema do estádio tem sido substituído por caixas provisórias instaladas no gramado).   

Apesar de ter propostas para gestão do restaurante panorâmico e do museu, a construtora agora não dá prazo de quando tais serviços estarão à disposição dos torcedores. A área vip, que ficará localizada no setor Cadeira Gol Norte, em um espaço que hoje não recebe torcedores, será finalizada depois que a redistribuição dos setores da arena for definida.

– O restaurante vem antes, até porque é um serviço que precisamos oferecer para a região tanto em dias sem eventos, quanto em dias de jogos e shows. É um negócio menos complexo que o museu, que vai ficar um pouco para depois – explicou Dezembro.   

Além das partidas do Palmeiras, a arena vai receber no dia 7 de junho o amistoso da seleção brasileira contra o México. Fora de campo, o complexo tem mais três shows já confirmados: Rod Stewart, em apresentação no anfiteatro, no dia 19 de setembro, Katy Perry, no dia 25 do mesmo mês, e a banda Muse, no dia 24 de outubro.