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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Del Nero se diz surpreso com prisão de Marin: "Péssimo para a entidade"

O presidente da CBF, Marco Polo del Nero, afirmou ter sido pego de surpresa com a prisão de José Maria Marin nesta quarta-feira, em Zurique, pela polícia da Suíça a pedido da justiça dos Estados Unidos sob a acusação de corrupção e diversos outros crimes na Fifa. Outros seis dirigentes também foram detidos.


Após sair de uma reunião da Conmebol, no hotel Renaissance em Zurique, Del Nero afirmou que os problemas seriam "de gestões anteriores" e que soube da prisão do ex-presidente da CBF pela esposa de Marin.

- Foram contratos firmados antes da administração do Marin. Não tem nenhum contrato firmado depois... Temos que analisar, como que vou saber? Tem que ver a conduta... Não tenho a menor ideia... Lógico que não é uma coisa boa, é péssimo para a entidade. Mas temos que saber o que se passa - disse Del Nero, que tomou posse da presidência no último dia 16 de abril, no lugar de Marin.
Del Nero foi nomeado vice-presidente da CBF em junho de 2012, já na gestão de Marin após a saída de Ricardo Teixeira (Teixeira ficou na presidência entre 1989 e 2012). Questionado se fazia parte do mandato de Teixeira, o dirigente negou:


- Eu era presidente da Federação Paulista. Estamos querendo saber o que houve.


Na terça-feira, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, compareceu ao Renaissance para a reunião com membros da Concacaf. Porém, não foi visto nesta quarta para o encontro com a Conmebol:


- Isso nao sei, é problema do Blatter e da Fifa - respondeu Del Nero ao ser questionado sobre a ausência do suíço após as prisões.

Além da detenção do ex-presidente da CBF, a CBF foi citada especificamente na nota divulgada sobre a investigação. Segundo os americanos, as investigações incluem acusações sobre pagamento de suborno em relações ao contrato da CBF com uma grande marca esportiva americana (provavelmente a Nike, fornecedora da entidade desde os anos 90) e também pagamentos em relação a contratos da Copa do Brasil.


- O contrato da Nike é de 2000 e sei lá - disse Del Nero, sem dar maiores detalhes sobre o que esperar da investigação (NR: a empresa passou a patrocinar a Seleção em 1997).


Por fim, o brasileiro, que é membro do Comitê Executivo da Fifa, garantiu que a eleição para presidente da entidade acontecerá normalmente na sexta-feira.

Veja o trecho em que os temas da CBF são abordados no relatório americano:

"Duas gerações de dirigentes de futebol abusaram de suas posições de confiança para ganho pessoal, frequentemente através de aliança com executivos de marketing inescrupulosos que barraram competidores e mantiveram contratos lucrativos para si mesmos através do pagamento sistemático de propinas. Os dirigentes são acusados de conspiração para solicitar e receber mais de US$ 150 milhões (cerca de R$ 400 milhões) em subornos em troca do apoio oficial dos executivos de marketing que concordaram com pagamentos ilegais"

A maior parte dos esquemas alegados no indiciamento se relacionam a solicitação e recebimento de subornos por dirigentes de futebol pagos por executivos de marketing esportivo em conexão com a comercialização de direitos de mídia e marketing de diversas partidas e torneios - incluídas aí eliminatórias da Copa do Mundo na região da CONCACAF, a Copa de Ouro da CONCACAF, a Liga dos Campões da CONCACAF, a Copa América Centenário, a Copa América, a Copa Libertadores e a Copa do Brasil - que é organizada pela CBF. Outros esquemas alegados se relacionam com o pagamento de suborno em relação ao patrocínio da CBF por uma grande marca esportiva americana, a escolha da sede da Copa de 2010 e a eleição presidencial da FIFA em 2011."
 
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