O Ministério Público da Bahia recorreu da decisão da Justiça que absolveu, na última sexta-feira, o ex-jogador Raimundo Nonato Tavares, o Bobô, e o engenheiro civil Nilo Santos Júnior das acusações de descaso na condução da solução dos problemas estruturais do estádio da Fonte Nova.

O desabamento de parte da arquibancada da Fonte Nova, em Salvador, em novembro de 2007, provocou sete mortes e deixou 87 torcedores feridos. O acidente ocorreu durante jogo do Bahia pela Série C, com público de 60.007.

O juiz José Reginaldo Costa Rodrigues Nogueira entendeu que não existiam provas que ligassem os acusados ao acidente.

"Nem é preciso ter um olho clínico de juiz para se chegar à conclusão de que, na condição de um homem médio, as condições aparentes da Fonte Nova não apontavam para um colapso ou desabamento de sua estrutura", disse na sentença de absolvição.

Para o promotor Maurício Cerqueira, a sentença "é absurda", uma vez que o juiz defendeu não existir provas suficientes. "Ele não avaliou bem. Existem laudos periciais comprovando que a falta de manutenção do estádio causou a tragédia", afirmou Cerqueira.