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Sexta-feira, 02 de agosto de 2024

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sem medalhas

Atletismo brasileiro encerra Mundial de Berlim sem pódios

Os prognósticos otimistas da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) não se concretizaram. A delegação nacional encerrou a sua participação no Mundial de Berlim manchada por um escândalo de doping sistemático e com uma das piores campanhas de sua história.


"Estou decepcionado. Os resultados não foram bons. Tivemos o problema do doping que afetou o desempenho dos revezamentos e psicologicamente o time", disse Roberto Gesta de Melo, presidente da CBAt.

Com 42 atletas, o Brasil foi à final apenas em seis provas (salto triplo feminino e masculino, salto em distância feminino, revezamento 4 x 100 m masculino e feminino e salto com vara feminino) e não conquistou nenhuma medalha.

O desempenho foi inferior ao da última edição, em Osaka, em 2007, quando o Brasil chegou a sete decisões e ganhou a prata com Jadel Gregório no salto triplo. A atual campanha, porém, foi superior em número de finais às de Helsinke-05, Edmonton-01 e Sttugart-1993.

Curiosamente, a melhor atuação em Mundiais foi em 1999. Somente com 17 atletas, a equipe chegou a três pódio --prata com Claudinei Quirino (200 m) e Sanderlei Parrela (400 m) e bronze no revezamento 4 x 100 m.

Dos 42 convocados neste ano, muitos, como Jadel, Maurren Maggi e Marilson Gomes dos Santos, indicaram lesões para explicar o fracasso.

"Não vejo como comparar [a relação entre o número de convocados com os resultados obtidos]. Chamamos apenas os atletas que tinham o índice A da Iaaf [entidade que gerencia o atletismo mundial]. Não vejo outra maneira de formar o grupo", justificou Gesta.

O investimento do governo na confederação também cresceu nos últimos anos.

Em 2001, a Caixa Econômica Federal começou sua parceria com a entidade com R$ 1,5 milhão anual. O valor investido subiu hoje para R$ 12 milhões anuais. A entidade ainda recebe R$ 2,5 milhões da Lei Piva.

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"Não acho que vá diminuir o investimento na CBAt. Acho que podemos ter um apoio maior do governo, ainda mais sendo um país que gostaria de receber a Olimpíada de 2016. Poderia ser feita uma iniciação do atletismo nas escolas e encontrados novos talentos."

Além da fraco desempenho, o atletismo ficou marcado pelo inédito caso de doping sistemático de EPO (eritropoietina).

Antes do início da competição na Alemanha, a confederação teve de suspender, preventivamente, os técnicos Jayme Netto e Inaldo Sena --réus confessos-- e os atletas Bruno Lins, Jorge Célio, Evelyn Carolina Santos, do revezamento 4 x 100 m, Josiane da Silva Tito, dos 4 x 400 m, Luciana França, do 400 m com barreiras, e Lucimara Silvestre, do heptatlo.

Apesar de o presidente prometer providências rápidas para punir os envolvidos, alguns atletas que estiveram no Mundial, como Vicente Lenilson e Vanda Gomes, já avisaram que querem voltar a treinar sob a tutela de Jayme Netto.

"Não há como fiscalizar todos os treinos e entendo os atletas, que têm uma relação de pai para filho com o treinador", declarou o presidente.
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