Em 11 jogos contra o Atlético-MG no comando do Cruzeiro, o técnico Adilson Batista contabiliza oito vitórias, um empate e apenas uma derrota. Embora tenha retrospecto amplamente positivo nos clássicos mineiros, o treinador cruzeirense negou que tenha algo contra o arquirrival ou uma motivação especial para enfrentá-lo, em entrevista coletiva na Toca da Raposa II nesta sexta-feira.
“Tenho respeito, trabalhei lá. Acho que a gente deve respeitar a instituição por onde passou. Fui bem tratado pelo presidente Afonso Paulino (presidente atleticano em 1994), honraram com os compromissos. Acho que foi importante a passagem. Mas eu tenho de vivenciar onde eu estou. Nada contra (o Atlético)”, afirmou o treinador cruzeirense.
No entanto, Adilson reclamou de um suposto comportamento diferenciado da imprensa mineira em relação ao Atlético. “Tem uma turma que, às vezes, gosta de falar do outro lado e esquece a tradição, quem chega, quem ganha, quem conquista, quem é respeitado. Isso, às vezes, machuca um pouquinho. Então, eu tenho que também dar cutucada, provocar, porque às vezes é bom uma turma ouvir”, disse.
Adilson Batista pediu maior respeito ao Cruzeiro, em função do número de conquistas do clube ao logo de seus 89 anos de história. “O Cruzeiro merece respeito, ser tratado com dignidade pela história construída, e não tem cem anos. Se você vai a qualquer parte aí, e a gente que conversa no meio, jogar contra o Cruzeiro é uma coisa, meu amigo. As pessoas têm respeito pelo Cruzeiro”, observou.
Segundo o treinador, o respeito adotado por adversários em relação ao Cruzeiro não é repetido na imprensa. “Quando vêm enfrentar o Cruzeiro, vêm com respeito. E, às vezes, eu não vejo isso por grande parte da imprensa. Tem muito profissional, sim, mas eu vejo muita gente que veste a camisa (do Atlético). Parece que o Cruzeiro é (motivo de) ódio para eles. Por quê? Está sofrendo há muito tempo?”, ironizou.
As conquistas do Cruzeiro, de acordo com Adilson, despertam um sentimento negativo entre jornalistas que torcem por outros clubes. “Não tem essa vontade, essa ganância de ganhar do time de grande parte da mídia, que gosta do Atlético. Eu acho que muita gente da mídia tem raiva do Cruzeiro, ódio do Cruzeiro. Isso é o que eu penso. Eu, não. Eu sou profissional, respeito o outro lado, mas eu vejo grande parte da mídia que tem ódio do Cruzeiro, porque o Cruzeiro incomoda muita gente”, afirmou.
“Não é fácil chegar em quatro (finais de) Libertadores, disputar Mundial, chegar em Brasileiro, ganhar Copa do Brasil. Isso não é para qualquer um não, meu amigo”, complementou.
