O departamento jurídico do Corinthians não precisará pedir o adiamento do julgamento de Roberto Carlos. Temendo não poder contar com o depoimento do próprio lateral no Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD/SP), o advogado João Zanforlin chegou a cogitar a ideia, mas confirmou ao site Justicadesportiva.com.br que o jogador estará presente à sessão nesta segunda-feira, dia 8 de março, e que terá início às 18h, na sede da Federação Paulista de Futebol.
Roberto Carlos, antes mesmo da data marcada para o julgamento, já tinha demonstrado vontade de comparecer ao tribunal paulista, mas o advogado do clube temia que a viagem a Bogotá, onde o Corinthians enfrenta o Independiente de Medelín na próxima quarta, dia 11, pela Libertadores, pudesse impedir sua ida ao TJD/SP. Moacir, também denuncia, comparecerá à sessão.
“Não vamos pedir o adiamento do julgamento. O Roberto Carlos e o Moacir estarão presentes ao tribunal na próxima segunda-feira”, disse Zanforlin ao site Justicadesportiva.com.br, já explicando que não vê outra decisão que não a absolvição do lateral alvinegro.
"Ele perdeu a primariedade e tem agora em sua ficha a suspensão de uma partida. Mas acho que, nesse novo processo, ele tem que ser absolvido. O primeiro cartão amarelo foi dado quando não deveria ter sido dado, e o segundo amarelo foi um exagero do árbitro, não deveria nem ter sido expulso. Não estou aqui já fazendo a defesa do Roberto Carlos. A imprensa toda foi unânime em afirmar que houve um equivoco do árbitro”, conclui o advogado corintiano.
Entenda as denúncias
Roberto Carlos e Moacir foram expulsos no clássico contra o Santos, na Vila Belmiro, no dia 28 de fevereiro, pelo Campeonato Paulista. Ambos levaram dois cartões amarelos e por isso deixaram o campo antes do apito final. Aos 25 minutos do segundo tempo, o volante foi punido por ter atingido a bola e o jogador Marquinhos com um carrinho frontal na disputa de bola, como relata a súmula. Moacir responde ao artigo 254 (praticar jogada violenta) do Novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
Já Roberto Carlos deixou o gramado três minutos depois que o companheiro. Em lance na área santista, o lateral caiu no gramado e o árbitro José Henrique de Carvalho entendeu que ele tentou simular um pênalti. Assim, o titular da lateral esquerda do time comandado por Mano Menezes responderá por "assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva", como prevê o artigo 258 do CBJD.
A pena para Roberto Carlos e Moacir é a mesma. Ambos podem pegar de um a seis jogos de suspensão. Em caso de pena mínima, ambos estarão liberados para enfrentar o Santo André no dia 13, pois já cumpriram a automática contra o Botafogo, no dia 4, e que é levada em conta no cumprimento de possível punição no TJD/SP.
Atraso pode gerar multa
O Corinthians responderá ao artigo 206 (Dar causa ao atraso do início da realização de partida, prova ou equivalente, ou deixar de apresentar a sua equipe em campo até a hora marcada para o início ou reinício da partida, prova ou equivalente), combinado com o artigo 30 § 2° do Regulamento Geral das Competições, onde cita que os clubes devem entrar com no mínimo oito minutos de antecedência do horário marcado para o início do jogo, e retornar a campo no máximo dois minutos antes do horário de reinício.
O atraso relatado pelo árbitro José Henrique de Carvalho na súmula da vitória santista sobre o Corinthians, no dia 28 de fevereiro, foi de dois minutos na volta do intervalo, quando o Alvinegro deveria estar em campo até 18h06, mas acabou só entrando dois minutos depois. O clube pode acabar multado de R$ 200 a R$ 2 mil, já que a pena para este tipo de infração varia de R$ 100 a R$ 1 mil por cada minuto de atraso.
