Os engenheiros florestais de Mato Grosso questionam e repudiam as prisões feitas pela Polícia Federal, na Operação Jurupari, e determinadas pelo juiz da Primeira Vara Federal, Julier Sebastião da Silva. Na tarde desta segunda-feira (31), os profissionais se reuniram no auditório da Secretaria de Meia Ambiente (Sema) com o apoio do presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agrononomia (Crea), Tarciso Bassan, e ainda da Associação Mato-Grossense dos Engenheiros Florestais (Amef).

“Os engenheiros estão com medo e se sentem coagidos ao ponto de não quererem assinar documentos”, declarou Bassan ao se referir as 42 prisões, feitas no último dia 21, decretadas pelo magistrado e que gerou uma verdadeira crise para os profissionais. Ele informou também que encaminhou um ofício para Julier no sentido de obter os autos do processo para que o escândalo seja esclarecido.

Conforme o presidente do Crea, um dos pontos questionados são os laudos técnicos emitidos e investigados pela polícia e que foram assinados por profissionais, que podem não ter nenhum vínculo com a instituição. “Quem são essas pessoas que assinaram o documento? Será que os procedimentos estão corretos? Trata-se de um embasamento técnico”, indagou.

O encontro feito na tarde de hoje também serviu para discutir os cargos técnicos, que segundo a categoria, deve ser ocupada só por engenheiros. Por acreditarem no viés político dado às funções que são técnicas, os engenheiros apelam para o Governo estadual e federal para evitar a “pressão” política que alegam sofrer. No sábado (29), a categoria já havia assinado uma moção de repúdio para defender os princípios "constitucionais de liberdade, dignidade e direitos individuais e coletivos", que, segundo eles, foram desrespeitadas pelo magistrado.