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Sábado, 20 de julho de 2024

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Ruralistas rifam as florestas de olho nas eleições

Ruralistas rifam as florestas de olho nas eleições Protesto do Greenpeace em Brasília expõe a bancada da motosserra, maioriana comissão especial que ela mesma criou para reformular o CódigoFlorestal e que aprovou projeto que anistia crimes ambientais, estimula aimpunidade...

Ruralistas rifam as florestas de olho nas eleições Protesto do Greenpeace em Brasília expõe a bancada da motosserra, maioriana comissão especial que ela mesma criou para reformular o CódigoFlorestal e que aprovou projeto que anistia crimes ambientais, estimula aimpunidade, aumenta desmatamento e desmoraliza compromissos internacionaisassumidos pelo governo Lula. Brasília, 6 de julho de 2010 – Ativistas do Greenpeace ligaram sireneshoje na Câmara dos Deputados para alertar os eleitores brasileiros que umgrupo de políticos em fim de mandato quer usar as eleições comocombustível para acabar com as florestas do país.

 
O protesto interrompeu a votação da comissão especial que discute oCódigo Florestal, com a mensagem “Não vote em quem mata florestas”.Apesar da natureza pacífica da ação, três ativistas foram agredidasfísica e verbalmente pela segurança da casa. Aumento do desmatamento é o que vai resultar da aprovação, por umacomissão apinhada de ruralistas em fim de mandato, da proposta do deputadoAldo Rebelo (PCdoB-SP).
 
O relatório de Aldo Rebelo perdoa quem já cometeucrime ambiental e abre possibilidade de redução dramática da reservalegal, área dentro de cada propriedade que deve ser mantida. “A proposta votada na comissão especial é o maior retrocesso que nossalei de florestas já sofreu. Além de dar um sinal verde para maisdestruição, com uma anistia ampla a quem desmatou ilegalmente e cometeucrimes ambientais nas últimas décadas, a proposta de mudança permite ouso político do Código Florestal na barganha da campanha eleitoral”, dizRafael Cruz, coordenador de campanha do Greenpeace. Modificações de última hora apresentadas pelo próprio deputado –após receber críticas de organizações do campo,
ambientalistas,parlamentares e partidos que acompanham a matéria, além de parte doMinistério do Meio Ambiente – não são suficientes para impedir oestrago que a proposta pode causar à biodiversidade brasileira.
 
Um exemplo claro toca as áreas de preservação permanente. Antes Aldotinha deixado seu desenho nas mãos de governos estaduais, mais suscetíveisa pressões. Isso ele mudou, mas na prática a teoria é outra: agora,quando o órgão estadual achar que há interesse público ou impactoambiental baixo, pode liberar o desmatamento ali.

O texto agora segue para o plenário da Câmara, onde valem pressões enegociatas políticas. Para Cruz, a preservação das florestas brasileiras,um patrimônio de todos os brasileiros, poderá ser barganhada por votosdurante a campanha eleitoral. “Isto não reflete a vontade da sociedadebrasileira nem as necessidades de preservação da biodiversidade e do climaem todo o mundo”, diz. O melhor exemplo de que as verdadeiras intenções dos deputados é usar oCódigo Florestal como mera moeda em ano eleitoral vem do próprioagronegócio. Na mesma semana que o texto de Aldo Rebelo é aprovado porpolíticos ruralistas, as empresas comercializadoras de soja renovarão oacordo que fecha as portas do mercado para fazendeiros que desmataram áreasda Amazônia após 2006.

Exemplo similar de responsabilidade corporativaestá sendo adotado por grandes frigoríficos brasileiros, que tambémassumiram compromissos contra o desmatamento. “Os responsáveis por duas das principais commodities brasileirascompreendem que o mercado moderno não quer produtos manchados peladestruição ambiental. Enquanto eles investem no Brasil do futuro, ospolíticos da motosserra na mão olham apenas para o passado”, diz PauloAdario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace
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