A adoção de mecanismos para redução da emissão de gás metano, proveniente do arroto e flatulência do processo digestivo do gado, é o principal objetivo de um projeto de lei nº 304/2010 em tramitação na Assembleia Legislativa. No Brasil, o rebanho de 185 milhões de cabeças produz cerca de 9,4 milhões de toneladas de metano. Esse número representa 2,5% de todo o gás produzido no mundo.

Em Mato Grosso, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Mauro Savi (PR), propõe que o poder público adote medidas que reduzam a emissão do gás poluente pela pecuária. Entre as ações está a promoção de projetos pecuários demonstrativos para permitir melhor entendimento do ciclo de carbono em atividades agropecuárias.

Outra medida sugerida é a inclusão de produto simbiótico na bovinocultura. Em Mato Grosso, a criação de gado chega a 26 milhões de cabeças, e quase 17 mil búfalos. De acordo com a justificativa da proposta, os especialistas calcularam que cada bovino emite até 500 litros/dia de gás metanos quando confinado, e 600 litros/dia, quando criado solto no pasto.

“O objetivo é diminuir a emissão de metano. Portanto, é preciso que os pecuaristas assumam uma atitude mais eficaz em relação à emissão de gases de efeito estufa”, afirmou Savi.

A proposta sugere ainda a amortização das alíquotas de tributos ou promoção da renúncia fiscal para a consecução dos objetivos do projeto. Caso a proposta seja aprovada pelo parlamentares e sancionada pelo Executivo, os pecuaristas têm o prazo máximo de dois anos para se adequar aos projetos ambientais.