Eles roubaram a cena na porta do Cenarium Rural, local onde aconteceu a diplomação dos eleitos na última eleição. Cerca de 10 manifestantes, ligados a movimentos sociais, velaram, com direito a caixão e coroa de flores, o Zoneamento Socioeconômico Ecológico (ZSEE) na noite desta quinta-feira (16).

Ao invés de palavras de ordem e cartazes de protesto, os manifestantes choraram o que, segundo eles, foi a morte do ZSEE, a aprovação do substitutivo 3, em 27 de outubro de 2010 pela Assembleia Legislativa. O “substitutivo ruralista”, como foi apelidado, ainda deverá ser apreciado pelo governador Silval Barbosa (PMDB).

“Ele era tão novo para morrer, tinha apenas 20 aninhos”, chorava ironicamente uma das manifestantes fantasiada de índia. Ela fazia referencia ao longo período de estudos técnicos e de audiências públicas que foram, de acordo com os argumentos dos manifestantes, desprezados com a aprovação do substitutivo 3.

Os manifestantes também entregaram aos presentes um documento pedindo o veto do governador à lei aprova na Assembleia. “O ZSEE aprovado pela AL é um contrassenso, pois além dos dilemas socioambientais, exclusão e manutenção da desigualdade no campo, representa um “tiro no pé” do próprio setor de base primária responsável por liderar a desconfiguração da proposta inicial”, argumenta o documento.

O manifesto foi assinado por 35 entidades, grupos de estudo, associações, cooperativas e institutos ligados à questão ambiental, indígena e ao campesinato.