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Terça-feira, 25 de junho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Atividades poluentes de fábricas precisam ser informadas à Cetesb

As atividades fabris são licenciadas pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo (Cetesb) e, neste processo de licenciamento, é ouvido o município quanto ao zoneamento do local, se é permitida a instalação daquela atividade. Estando correto o zoneamento e a fábrica licenciada, a Cetesb atua de forma corretiva, e para isso, é necessário formular a reclamação para a agência local do órgão.


Essa é uma das perguntas respondidas por Flávia Freire nesta semana no projeto RespirAR. É possível mandar as questões à jornalista, que conta com a ajuda de uma equipe de especialistas para explicar os efeitos da poluição na saúde e no dia a dia de quem mora em São Paulo.

A poluição do ar e seus efeitos sobre a saúde dos paulistanos são mostrados no projeto RespirAR, uma série de reportagens especiais exibidas no Bom Dia São Paulo, Radar SP, SPTV 1ª edição e SPTV 2ª edição. Veja abaixo as questões enviadas na última semana e as respectivas respostas.

Muitos telespectadores têm mandado para o RespirAR reclamações sobre a poluição causada por indústrias. Adrihely Barbosa Santos, de Cotia, disse que mora num bairro residencial, onde uma fábrica de rejuntes e argamassas levanta uma grande quantidade de pó e isso incomoda muito os moradores. Ela quer saber o que fazer.

Veja o que diz Ronald Magalhães, gerente do departamento de gestão ambiental da Cetesb. “Adrihely, as atividades fabris são licenciadas pela Cetesb e, neste processo de licenciamento, é ouvido o município quanto ao zoneamento do local, se é permitida a instalação daquela atividade. Estando correto o zoneamento e a fábrica licenciada, a Cetesb atua de forma corretiva, e para isso, é necessário formular a reclamação na nossa agência de Embu, que atende essa região. O telefone é (11) 4241-8669 e a Cetesb vai atuar e adotar ações para acabar com o problema”, diz.

Luciane Vasconcellos e Patrícia da Silva, de São Paulo, fazem reclamações parecidas. A Luciane conta que mora ao lado de uma churrascaria, e a Patrícia, ao lado de uma pizzaria. Os dois estabelecimentos têm chaminés que jogam muita fumaça pra dentro das casas delas. Patrícia disse, inclusive, que já ligou para a Polícia Ambiental, para o Disque Denúncia e para o 190, e que ninguém soube dizer a ela o que fazer.

É, Patrícia, não soube porque não adianta ligar para esses números, que não são específicos para o caso. Ronald Magalhães, gerente do departamento de gestão ambiental da Cetesb, avisa que os estabelecimentos prestadores de serviço, pizzarias, restaurantes e churrascarias são atendidos pelo município de São Paulo. O telefone pra contato é o 156, e, no ato da inspeção, o técnico vai poder avaliar se as condições de operação são prejudiciais pra sua saúde.

Há muitos telespectadores curiosos fazendo perguntas sobre vegetação no RespirAR. Inês Teixeira de Barros mora em Itaquera, na Zona Leste, e diz que tem em casa jaboticabeira, coqueiro, pé de limão Taiti, de laranja Bahia e de araçá-boi. Ela contou que a parreira de uva morreu e quer saber como a poluição afeta as plantas frutíferas. Quem responde é a bióloga Priscila Lovine.

“A poluição atmosférica afeta todos os tipos de árvores, sendo frutíferas ou não. O que a poluição atmosférica pode estar causando é o amarelamento nas folhas, o apodrecimento acelerado e a diminuição no tamanho dos frutos. Os poluentes podem ser acumulados nas cascas, nas folhas e nos frutos”, afirma Priscila.

E será que tem como diminuir o impacto da poluição nas plantas?

“Só se elas ficassem em estufas. Elas estão expostas da mesma forma que a gente. Não tem como fazer separado assim”, completa.

Patrícia Yoshioka também é moradora de Itaquera e diz que lá existe muita área verde, mas qu,e mesmo assim, ela sente os efeitos da poluição. Ela pergunta: qual a quantidade de área verde necessária para diminuir a poluição?

Patrícia, qualquer área verde é melhor do que nada no que se refere à poluição. Quem explica é o professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física da USP.

“A vegetação cumpre uma série de processos em áreas urbanas como São Paulo. Quando você tem uma árvore, ela retira a água do subsolo, e essa água é transportada até as folhas e evapora, auxiliando o resfriamento da atmosfera. Além disso, ela aumenta a drenagem e reduz o efeito quando você tem chuvas fortes. E elas também têm um papel visual, tornam a cidade mais agradável”, diz Artaxo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 12 metros quadrados de verde por habitante e Itaquera, felizmente, tem índices bons. Em toda a região, o índice varia de 20 a 100 metros quadrados. O problema, como a gente já viu, é que só a vegetação não barra a poluição.

Vilma Basillice, de Guarulhos, quer saber se podemos ter melhoria nos níveis de poluição se plantarmos árvores de pequeno porte e também frutíferas no lugar das de grande porte.

“Mais importante que o tamanho das árvores é a gente ter árvores e espécies diferentes. Dessa forma, a gente aumenta a biodiversidade, diminui a poluição atmosférica e as ilhas de calor na cidade. O tamanho das árvores deveria se adequar ao espaço disponível que a gente tem. Às vezes, você coloca uma árvore grande em um espaço que ela não suporta, e depois acontecem as quedas de árvores, que acabam afetando a população. A ideia é a preservação e a conservação, como isso pode ser feito. A melhor forma é a gente ter um maior número de árvores e de espécies variadas”, afirma Cartaxo.

Outras respostas

Há uma empresa próxima da minha casa que polui muito a região de Santo Amaro. Limpei o ventilador de casa e tinha lã de vidro grudado nele. Eles soltam a fumaça da fabricação do produto dia e noite. Em algumas noites, acordo tossindo. Já reclamei para a Cetesb, mas só dizem que a fábrica tem filtros. Se tiver, como os resíduos colam no ventilador de casa? Estamos respirando produtos tóxicos e isso pode fazer muito mal. Qual órgão cuida desse tipo de problema, já que a Cetesb parece que está ao lado da fábrica e não dos cidadãos? - Manuela Souza, São Paulo.

Oi, Manuela. Levamos a sua questão ao Ronald Pereira Magalhães, gerente do departamento de gestão ambiental da Cetesb. Ele disse que a companhia está do lado dos cidadãos, mas que também atua em prol do desenvolvimento e que as empresas são necessárias ao desenvolvimento. A Cetesb procura, de uma forma harmônica, achar uma solução pra que as empresas atuem sem causar problemas ambientais para os moradores vizinhos. Você tem que continuar fazendo reclamações à Cetesb, que é a responsável pelo atendimento deste problema. Tente entrar em contato com a ouvidoria da empresa pelo telefone (11) 3133-3000.

Gostaria de denunciar um ferro velho situado na Av. Armando Bei que está queimando produtos tóxicos durante todo o dia. Tenho duas crianças que estão com dificuldades para respirar! Por gentileza nos ajude, obrigado e uma boa tarde! - Magnun Sales, Guarulhos.

Oi, Magnun. A mesma dica vale pra você. Leve o problema para a Cetesb, ligue para a ouvidoria da empresa no (11) 3133-3000. Obrigada pela participação.

Laura Nogueira Afonso quer saber qual a melhor alimentação para nós que vivemos em São Paulo, um lugar tão poluído. Quem responde é Paulo Saldiva, do Laboratório de Poluição da Faculdade de Medicina da USP.

“O que o cidadão pode fazer do ponto de vista individual é: tome mais água. Água é um grande protetor dos efeitos negativos cardiovasculares da poluição. Se puder, coma mais frutas e verduras porque as vitaminas E, C e D são grandes defensoras, digamos, do estresse oxidativo induzido pelo ozônio e, finalmente, se puder fazer, colocar um soro, não precisa medicação nenhuma, no nariz, e um colírio neutro, tipo soro fisiológico nos olhos, nós vamos melhorar a qualidade da rinite e a conjuntivite, induzida por esses períodos de ar ruim”, diz.
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