Fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), com o apoio da Polícia Militar Ambiental, embargaram carvoarias no município de Cláudia (580 km de Cuiabá) suspeitas de fraudar o sistema Documento de Origem Florestal (DOF), por movimentar volumes de carvão muito superiores à sua capacidade de produção.
Por 11 dias, o Ibama fez uma barreira estratégica na MT-243 (que liga Cláudia a Sinop), principal rota por onde passa o carvão produzido na região. A intenção era checar a documentação do produto que por ali passava e observar se o volume das cargas refletia o que as Guias Florestais (GF) emitidas pelas empresas declaravam.
Pela barreira passaram poucos caminhões carregando carvão, mas dois foram apreendidos por estarem completamente irregulares. O baixo volume de carvão trafegado na rodovia aumentou ainda mais as suspeitas do Ibama.
Ao chegarem às empresas, os agentes confirmaram o que já era uma certeza. As carvoarias, todas legalizadas, geravam saldos virtuais de carvão, visando emitir GF e notas fiscais para “esquentar” cargas sem origem legal. Com a documentação, o carvão ilegal saía de qualquer lugar.
Segundo a agente ambiental federal Márcia Auxiliadora da Silva, coordenadora da ação, muitas carvoarias tem todo o interesse em se legalizar para movimentar o sistema DOF, podendo, assim, gerar GF e emitir nota fiscal. De acordo com a capacidade instalada, as carvoarias poderiam produzir 4,1 mil metros de carvão por mês, no entanto estavam declarando oito mil.
Em outra frente, na mesma região, o Ibama descobriu uma carvoaria clandestina, que vendia o produto sem comprovação de origem. Lá foram apreendidos um caminhão e 750 sacas de carvão. Os fornos foram destruídos. O veículo foi recolhido ao pátio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Sinop, onde estão armazenados todos os bens apreendidos pelas operações coordenadas pela Gerência Executiva do Ibama.
Na ação, os agentes do Ibama lavraram seis autos de infração, que geraram multas que passam de R$1,4 milhão. As carvoarias foram embargadas e bloqueadas no sistema DOF, informa a assessoria de comunicação do Ibama.
