O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) expediu a licença de operação para o funcionamento da Usina Hidrelétrica de Energia (UHE) Ponte de Pedra, localizada entre os municípios Itiquira (362 km de Cuiabá) e Sonora (MS). O empreendimento tem capacidade para gerar 176 megawatts/hora (MW) de energia e já funciona há quase oito anos.

A usina possui regime de operação a fio d’água, no Rio Correntes, com formação de reservatório na cota de 396 m e área total de 14,5 km². Em 2004, a UHE foi multada em R$ 10 milhões pelo próprio Ibama por ter causado um desastre ambiental, que resultou na mortandade de peixes numa extensão de cerca de 60 quilômetros do leito do Rio Correntes.

Ao represar o rio para a formação do lago artificial, a empresa reduziu a vazão de água a 1,7 metro cúbico por segundo (m³/s), deixando o rio e as baías secos, de acordo com a constatação feita – naquele ano - pela equipe de fiscalização do órgão federal.

A usina foi construída com licenciamento ambiental, mas deixou de cumprir uma das principais condições na formação do lago. Para o Ibama, o mínimo de vazão tolerável seria de 10 m³/s. No entanto, a companhia multinacional reduziu a menos de 20% do limite aceitável. O enchimento do lago deveria ser feito num período mais longo. Mas, para agilizar a formação, a usina acabou secando o rio e causando o desastre, entre o dia 1º e 5 de abril de 2004.