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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Pesquisadores da Embrapa apresentam alternativas para utilização de resíduos no norte do Mato Grosso

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) promoveu na última segunda-feira um workshop sobre “Utilização de Resíduos na Agricultura”, em Nova Santa Helena (MT). O evento reuniu prefeitos e técnicos dos 17 municípios do consórcio Portal da Amazônia e buscou debater alternativas para o uso de resíduos abundantes na região Norte de Mato Grosso e, a partir daí, levantar possíveis projetos de pesquisa a serem desenvolvidos em parceria.


O workshop também contou com a participação do deputado federal Valtenir Pereira, que será responsável pela articulação parlamentar visando a obtenção de recursos para que os projetos possam ser colocados em prática.

A região Norte de Mato Grosso tem abundância de resíduos, como o pó de serra proveniente do processamento da madeira, estercos animais, casca de arroz, restos de plantas, restos de agroindústrias, etc. Este material tem grande potencial para gerar insumos orgânicos e organominerais, porém tem sido pouco aproveitado, tornando-se um passivo ambiental para empresários e para os municípios. Em contrapartida, pequenos produtores encontram dificuldade para comprar insumos para a produção agropecuária.

“Precisamos utilizar o conhecimento e a tecnologia da Embrapa para melhorar a qualidade de vida dos pequenos produtores da região. São 17 municípios que precisam de soluções. Hoje estamos conseguindo esta luz no fim do túnel. Temos de provar que estes resíduos não são um problema, e sim uma solução para os problemas que temos”, disse o prefeito de Nova Santa Helena, Dorival Lorca.

Como forma de buscar solução para a questão, o workshop buscou reunir e debater possíveis alternativas. Entre elas está o trabalho já desenvolvido em Guarantã do Norte (MT), apresentado pelo agrônomo Júlio Santin. No município, pó de serra e esterco animal tem servido como matéria prima para a produção de bokashi, que é um adubo orgânico de fermentação rápida.

Outras alternativas foram apresentadas por pesquisadores da Embrapa Agroenergia e Embrapa Solos. Vinicius de Melo Benites falou sobre a produção de fertilizante organomineral granulado a partir de dejetos de suínos e aves. José Dilcio Rocha abordou o processamento de resíduos via pirólise. Leonardo Fonseca Valadares, por sua vez, apresentou resultados de pesquisas com o aproveitamento de biomassa para produção de produtos químicos e materiais. E na última palestra, Etelvino Henrique Novotny, falou sobre as propriedades e efeitos da biomassa carbonizada no solo, utilizando como exemplo a terra preta de índio, comum em áreas habitadas pelos indígenas na Amazônia.

No fim do evento, a pesquisadora da Embrapa Agrossilvipastoril, Fabiana Rezende, conduziu um debate em que se buscou sintetizar os potenciais e demandas da região, bem como as possíveis alternativas de projetos a serem desenvolvidos.

“O workshop foi muito proveitoso, pois reunimos pessoas chave na região para discutirmos a utilização dos resíduos. Agora, com as informações coletadas, vamos avaliar as melhores alternativas e articular uma proposta de projeto”, afirmou a Fabiana Rezende.

“A nossa meta é, com os projetos prontos, buscar o recurso para transformá-los em realidade. Precisamos melhorar o sistema que já existe aqui, potencializando a produção de adubo orgânico, e também discutir a implantação de um sistema para a produção de briquetes, transformando o pó de serra em uma matéria prima com valor agregado. Saímos daqui muito otimistas de que as coisas podem dar certo e de que possamos trazer benefícios para o produtor”, analisou o deputado federal Valtenir Pereira.

Segundo o chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agrossilvipastoril, Austeclínio Farias, oportunidades como este workshop são fundamentais dentro do processo de pesquisa, uma vez que possibilitam o levantamento, junto à comunidade, das demandas prioritárias da região e também a formação de parcerias.

“A utilização dos resíduos, ou matéria prima, como a gente prefere dizer, é um aspecto fundamental da agricultura, tendo em vista o montante destes resíduos que não estão tendo um tratamento adequado. Isto gera contaminação ambiental e, principalmente, não estão gerando a renda que eles podem gerar. Este é um tema fundamental e que a Embrapa Agrossilvipastoril espera trabalhar juntamente com outras Unidades da Embrapa, com as prefeituras e parceiros para criar um fluxo e criar um produto através destes resíduos”, afirmou.



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