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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Unidade de conservação não é causadora de pobreza, conclui estudo

Estudo publicado na última edição da “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS) questiona a crença de que as unidades de conservação são um fator que provoca pobreza nos moradores de seu entorno e que, por conseguinte, não se deve proteger a biodiversidade enquanto houver miséria entre a população, uma ideia bastante discutida nos países em desenvolvimento.


A geógrafa Lisa Naughton, professora da Universidade de Wisconsin, nos EUA, acompanhou por uma década o desenvolvimento de 252 famílias que viviam num raio de menos de 5 quilômetros do Parque Nacional Kibale, em Uganda. Ela observou que, de fato, há uma quantidade muito grande de pessoas extremamente pobres ao redor do parque. Embora, de forma geral, as famílias estudadas tenham tido um progresso material ao longo dos dez anos analisados, 10% delas perderam sua terra ou a venderam, um sinal grave de que estão entrando numa fase de ainda maior pobreza, já que naquela região o solo é o principal substrato para qualquer forma de produção econômica.

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Lisa Naughton notou, no entanto, que entre as famílias que viviam em lugares distantes do entorno do parque, o índice de perda ou venda de terreno foi ainda maior. A conclusão da geógrafa é que os habitantes das proximidades da reserva tinha a unidade de conservação como uma fonte adicional de recursos, já que ali podem caçar ou fazer alguns tipos de extrativismo vegetal.

“Quando se olha na diferença de bens (ao longo do tempo), nota-se que os pobres que vivem perto do parque perderam menos que os pobres que vivem mais longe”, explica a pesquisadora, em comunicado da universidade. Ela admite, no entanto, que é difícil saber se é possível generalizar essa tendência para outras reservas, já que as características das unidades de conservação em países em desenvolvimento são muito diferentes.
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