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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

MULTA DE R$ 450 MIL

Ibama apreende 11 barcos e embarga pousada ao lado do Parque do Xingú

Foto: Assessoria Ibama

Barcos são levados de pousada instalada ao lado do Parque Nacional do Xingú

Barcos são levados de pousada instalada ao lado do Parque Nacional do Xingú

Fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambietne (Ibama) apreenderam 11 barcos motorizados e embargaram uma pousada, que fica ao lado do Parque Nacional do Xingú, durante a ‘Operação Txokrãn’ – que visa coibir a caça e a pesca ilegal dentro da terra indígena Kapoto-Jarinã, no extremo Norte de Mato Grosso.


Com apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Polícia Federal, o Ibama autuou oito pescadores pegos em flagrante em área proibida, que pagarão multa de R$ 1 mil cada um e serão denunciados ao Ministério Público Federal (MPF) por crime ambiental. A autuação prevê multa de R$ 450 mil.

Desde 2009, quando recebeu da Funai e das comunidades indígenas as primeiras denúncias de caça e pesca ilegal no local, o Ibama fez missões de reconhecimento na região. A partir de então, a operação passou a fazer parte do Programa Nacional Anual de Proteção Ambiental (PNAPA).

O Ibama constatou que as pousadas situadas ao lado da terra indígena vendem, em seus pacotes, a possibilidade de o cliente usufruir de todos os benefícios naturais do lugar, o que é ilegal, pois, de um lado do rio está a terra indígena e, de outro, o Parque Nacional do Xingu, ambos com entrada proibida.

Segundo o superintendente do Ibama em Mato Grosso, Ramiro Martins Costa, é preciso chamar a atenção das autoridades para a necessidade de se melhor regulamentar a exploração comercial do entorno da terra indígena Kapoto-Jarinã. “Vamos gerar um relatório e entregá-lo ao presidente do Ibama, mostrando a importância que essas comunidades têm para a conservação do meio ambiente e a pressão que esse meio vem sofrendo”, informou, por meio da assessoria de comunicação.

Ainda nas palavras de Martins Costa, existe estudo para a criação de uma terra indígena exatamente na região onde estão as pousadas, local em que nasceu o cacique Raoni, lugar histórico das etnias indígenas Juruna e Caiapó. De acordo com índios entrevistados, a presença do homem branco em sua terra não é bem vista.

O homem branco, segundo eles, polui o rio e a floresta, pega o peixe, mata o jacaré, a onça, a anta. “Nosso supermercado é a floresta. Daqui, tiramos o nosso sustento. Se o pescador acabar com o peixe, meus netos e bisnetos vão tirar de onde sua alimentação? Por isso, chamamos o Ibama para que não deixe o branco entrar na terra do índio.”, disse Waiwai, cacique de uma das tribos caiapós.

As operações no rio Xingu, no entorno da terra indígena, acontecerão com regularidade, diz a assessoria do Ibama.
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