Olhar Direto

Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Furo na camada de ozônio do Ártico se iguala ao da Antártida, diz revista

Cientistas anunciaram neste domingo (2) que foi aberto um buraco na camada de ozônio sobre o Ártico de dimensão equivalente a cinco vezes o tamanho da Alemanha, igualando-se ao que existe sobre a região da Antártida.


Provocado por um frio excepcional no Polo Norte, este buraco se moveu durante 15 dias sobre o leste europeu, Rússia e Mongólia, expondo as populações em alguns casos a níveis elevados de radiação ultravioleta. Os cientistas afirmaram ainda que, a cerca de 20 quilômetros acima da superfície terrestre, 80% do ozônio tinha desparecido.

A camada de ozônio impede a passagem dos raios ultravioleta do sol. Esses raios têm efeitos nocivos à saúde, podendo provocar câncer e outras doenças. Porém, durante o inverno e a primavera nas regiões dos polos, a proteção é atacada regularmente por compostos contendo cloro (clorofluorocarboneto, o CFC) utilizado pelo homem nos sistemas de refrigeração e aerossóis. A produção de CFC é quase nula atualmente, graças ao protocolo firmado em 1985 em Montreal, no Canadá.

O frio intenso continua a ser o fator principal da destruição do ozônio. Pelo efeito do frio, o vapor da água e as moléculas de ácido nítrico se condensam e formam nuvens nas camadas inferiores da atmosfera. Nessas nuvens o cloro é formado e finalmente provoca a destruição do ozônio.

Perdas na camada
Geralmente, o buraco é muito maior sobre a Antártida onde faz mais frio do que no Ártico. Contudo, as últimas medições feitas no Polo Norte mostraram que a diminuição do ozônio é mais variável e mais limitada do que no Hemisfério Sul.

Observações de satélites feitas entre o inverno de 2010 e a primavera de 2011 mostraram que a camada de ozônio foi afetada entre 15 e 23 km de altura. As perdas mais importantes - mais de 80% - foram registradas entre os 18 e 20 km.

"Pela primeira vez, a diminuição foi suficiente para que se possa falar razoavelmente do buraco da camada de ozônio no Ártico", afirma o estudo publicado neste domingo na revista científica britânica "Nature".

Segundo Gloria Manney, do Jet Propulsion Laboratory, na Califórnia, o responsável é um fenômeno conhecido como "vórtice polar", um ciclone que atinge todo inverno a estratosfera ártica e que nasceu no ano passado devido ao frio extremo. "A destruição do ozônio começou em janeiro, e acelerou a tal ponto que as concentrações de ozônio na região do vórtice polar eram muito inferiores que no ano passado", disse.

Valores particularmente baixos foram observados "durante 27 dias em março e no começo de abril, em uma superfície de mais ou menos dois milhões de km²", afirmou a cientista. Este número equivale à destruição do ozônio na Antártica nos anos de 1980.

No mês de abril, durante quinze dias, o vórtice se moveu sobre as regiões mais densamente povoadas da Rússia, Mongólia e leste europeu. Medições efetuadas no nível do solo indicaram valores elevados de radiação ultravioleta, segundo Gloria Manney.

De acordo com a pesquisa publicada na "Nature", atualmente é impossível prever se estas perdas na camada protetora de ozônio vão ocorrer novamente naquela região.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet