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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Índios do MA reclamam do avanço de madeireiras em áreas de reserva

A reserva indígena Caru, dos índios awá-guajá, fica na margem direita do Rio Pindaré, no Maranhão, no sudeste da Amazônia brasileira. Até 1980, quando foram descobertos, os índios viviam completamente isolados na floresta.Os awá são caçadores-coletores, depedem da caça e das frutas colhidas na selva para continuar existindo. É um povo que está...

A reserva indígena Caru, dos índios awá-guajá, fica na margem direita do Rio Pindaré, no Maranhão, no sudeste da Amazônia brasileira. Até 1980, quando foram descobertos, os índios viviam completamente isolados na floresta.


Os awá são caçadores-coletores, depedem da caça e das frutas colhidas na selva para continuar existindo. É um povo que está em completa harmonia com a mata e os bichos.

Os awá-guajás têm uma relação familiar com os animais. Quando o bicho adulto é capturado as mulheres assumem a criação dos filhotes, que são levados de um lado para o outro como se fossem adornos vivos.

A tribo está assombrada com as ameaças do homem branco. Guerreiros afiam as flechas para enfrentar um inimigo que invadiu a floresta. Os madeireiros entraram no território indígena e cortaram arvores abrindo gigantescas clareiras.

O índio Hemakumã é uma das lideranças da aldeia Tiracambu, que fica na reserva Caru e abrange uma área com 167 mil hectares de floresta no município de Bom Jardim. Ele denuncia que os invasores já derrubaram mais de 35% da reserva.

Apesar do contato recente, a aldeia Tiracambu já incorporou alguns hábitos do homem branco e os awás se queixam da falta de assistência do governo brasileiro. Os índios responsabilizam a Funai pelo abandono das aldeias. Na casa de farinha, por exemplo, a prensa está quebrada e o telhado desabando. O arroz cultivado pela tribo deveria ser beneficiado na usina, mas o motor está quebrado há mais de um ano.

Os awás também se queixam da falta de assistência médica. O dentista da tribo atende os pacientes num consultório improvisado. A cadeira, antiga e enferrujada, não oferece nenhum conforto. Há instrumentos só para pequenos serviços e extração de dentes. O dentista reconhece que não tem como atender bem a tribo.

Em outra aldeia até tem um posto médico, mas está caindo aos pedaços. A maca ficou tanto tempo sem uso que foi corroída pela ferrugem. A casa de farinha desmoronou. A bomba no poço que abastece a aldeia não funciona. As lideranças também culpam a Funai pela situação.

O coordenador regional da Funai no Maranhão foi procurado para saber o que está sendo feito para proteger os índios dos ataques de madeireiros e da falta de assistência médica nas aldeias.

“Os índios nós trazem essa demanda todos os dias. A gente tem feito documentos à própria Funasa pedindo apoio. Agora, foi criada a Secretaria Especial de Atenção à Saúde Indígena. A gente acredita que a coisa tenda a melhorar. O governo deu um prazo até dezembro para que sejam feitas as adequações, que para o próximo ano possa fazer um trabalho mais específico e trabalhar diretamente com as comunidades indígenas”, diz José Piancó, coordenador regional da Funai.
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