Biólogos e pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Santa Catarina, investigam juntamente com a Polícia Ambiental se pescadores utilizaram métodos ilegais para capturar pescados que podem ter causado a morte de 108 animais marinhos, registradas desde a segunda metade de outubro no litoral do estado.
Do dia 21 até 29 de novembro, a quantidade de tartarugas, golfinhos, botos e baleias mortas subiu de 31 para 108. Segundo informações do Museu Oceanográfico da Univali, a maioria das vítimas são tartarugas-verdes (Chelonia Mydas). Até agora já foram encontrados 90 exemplares sem vida em praias catarinenses, principalmente as da região centro-norte do litoral.
“Temos trabalhado na criação de um mapa exato das ocorrências, a partir de informações dos envolvidos nos trabalhos de busca e também de moradores que telefonam denunciando os locais onde foram encontrados os animais”, disse Jules Marcelo Rosa Soto, curador do Museu.
Pesca ilegal
Segundo Rosa Soto, é a primeira vez desde que o monitoramento de animais marinhos na região foi iniciado, há 18 anos, que ocorre essa alta densidade de mortes. “Temos a suspeita de que os pescadores estão utilizando redes de malhas finas próximo à costa. Isso pode fazer com que os animais fiquem presos”, disse o pesquisador.
A pesca de malha fina é proibida no Brasil, segundo a legislação ambiental. “Mas vamos aguardar o nosso relatório que vai averiguar de fato o que tem acontecido”, afirma.
Além das 90 tartarugas, foram encontrados ainda três golfinhos-cinza (Sotalia guianensis), 12 botos (Tursiops truncatus), conhecidos como "boto flíper" ou "boto da tainha", uma baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae), uma baleia-minke-antártica (Balaenoptera bonaerensis) e uma toninha (Pontoporia blainvillei)