Olhar Direto

Quarta-feira, 17 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

ONGs prometem boicotar 'Diálogos' organizados pelo governo na Rio+20

A coordenação da Cúpula dos Povos, evento crítico à Rio+20, confirmou nesta terça-feira (8) que não deverá participar dos chamados “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável”, organizados pelo governo brasileiro e previstos para acontecer em junho durante a Conferência.


A Rio+20 recebe este nome por ocorrer vinte anos depois da Rio 92 (também conhecida como Eco 92), considerada a maior conferência sobre meio ambiente já realizada, que popularizou o conceito de "desenvolvimento sustentável". A Cúpula dos Povos é um encontro de organizações não-governamentais e outras entidades da sociedade civil paralelo e crítico à Rio+20, que ocorrerá nos mesmos dias da conferência da ONU, de 13 a 22 de junho.

Os "Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável" são uma iniciativa do governo brasileiro colocada entre a última fase de negociações diplomáticas sobre a Rio+20 e o segmento de alto nível, onde um documento final deve ser assinado. O objetivo é reunir especialistas da sociedade civil para debater conceitos ligados ao tema do desenvolvimento sustentável entre 16 e 19 de junho. Poderão participar apenas pessoas previamente selecionadas, sendo 750 da sociedade civil. Entretanto, de acordo com o governo, as reuniões serão transmitidas pela internet

Para Aron Belinky, coordenador de processos internacionais do Instituto Vitae Civilis, e Pedro Ivo, coordenador da Cúpula dos Povos, o evento perdeu seu foco principal, que é o debate com a sociedade civil, e teria virado um “talk-show precário”, com a presença de palestrantes e “plateia”.

“O comitê facilitador da Cúpula dos Povos acredita que isso não vai ser um diálogo. Por isso, nós não vamos participar”, explica Belinky em evento realizado em São Paulo.

Esvaziamento
De acordo com o governo, os Diálogos vão contar com especialistas que vão desde ganhadores do Prêmio Nobel, a presidentes de empresas e celebridades engajadas. A lista de participantes ainda não foi divulgada. Cada encontro vai formular três recomendações, que serão apresentadas aos chefes de Estado, ao final da conferência.

Para Pedro Ivo, o encontro é uma tentativa de esvaziar a Cúpula dos Povos, que vai realizar diversos eventos pelo Rio de Janeiro, e vai discutir temas que não são considerados prioridades, como clima e a biodiversidade. “Queremos fazer um diálogo em cima da agenda quente”, explicou.

Orçamento
Segundo o comitê nacional de organização da Cúpula dos Povos, o governo disponibilizou R$ 11 milhões para a realização do evento, que deve ocorrer de 15 a 23 de junho. O Aterro do Flamengo vai concentrar a maior parte das atividades, como seminários e assembleias.

Uma passeata está prevista para acontecer no dia 22 de junho, último dia da Rio+20, mas outras manifestações de entidades alternativas ao encontro também poderão ocorrer.

“Algumas organizações não governamentais que não estão ligadas a nós preferem fazer um negócio mais anárquico”, disse Pedro Ivo, sem precisar que tipo de manifestações poderão ocorrer.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet