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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Ambientalista critica degradação da Baía de Guanabara

O ambientalista e biólogo Mário Moscatelli apoia a decisão do projeto de reuso da água da Estação de Tratamento de Alegria para fins industriais, no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), mas critica as condições ambientais da Baía de Guanabara.


Especialista no sistema de lagos do Estado do Rio de Janeiro, Moscatelli disse que qualquer tipo de remoção de carga orgânica da baía será sempre bem-vinda, seja no Comperj ou em qualquer outro sistema. "A decisão de reutilizar a água tratada é bem-vinda, nota 10, mas é preciso lembrar que a petroleira é justamente uma das empresas responsáveis, em boa parte, pela degradação da baía", afirmou ele.

O ambientalista admitiu que a iniciativa contribuirá para a melhoria das condições ambientais da área, prejudicada, segundo ele, "por gestões anteriores que utilizaram mal os recursos destinados pelo banco de fomento do governo japonês, jogando fora milhões de dólares, uma vez que as águas continuam com alto índice de poluição".

Moscateli, que também é mestre em ecologia e professor de gerenciamento de ecossistemas do Centro Universitário da Cidade, acrescentou que boa parte da situação atual de poluição que afeta as águas da baía é decorrente da "falta de responsabilidade" do gestor com os recursos públicos. "Na Baía de Guanabara, por exemplo, foram gastos mais de US$ 1 bilhão e estão chegando mais alguns milhões". Ele acredita que a proximidade da Rio+20, a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em junho, é uma oportunidade única para retomar a discussão sobre os problemas da poluição da baía.

"Se algo tem que ser feito para que o país chegue a 2016 tendo cumprido os compromissos assumidos com o Comitê Olímpico Internacional (COI), com vistas aos Jogos Olímpicos que acontecerão na cidade, é preciso começar agora, e será fundamental, para que isso ocorra, que se utilize com inteligência os recursos disponíveis".

O subsecretário executivo de Projetos e Intervenções Especiais do governo do RJ, Antônio da Hora, avalia que a despoluição da Baía de Guanabara passa, necessariamente, pela melhoria do saneamento básico do seu entorno, por meio do tratamento dos efluentes. Ele lembrou que hoje o entorno da baía encontra-se bastante poluído pela enorme quantidade de esgoto que ainda é jogada em suas águas.

O subsecretário de Projetos e Intervenções Especiais do RJ, Antônio da Hora, responsável pela execução das obras do Canal de Cunha, um dos muitos que deságuam na baía, ressaltou o fato de que o projeto vai contribuir para que seja dado "o passo maior", que é a conclusão das obras de despoluição do esgoto. "Lá foram desassoreados e recuperados cerca de 180 mil m² de manguezais. E o êxito do projeto foi importante e simbólico para o processo de despoluição. porque comprovou, na prática, ser possível fazer um trabalho de dragagem que leve à despoluição do canal", afirmou.

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