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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Rio+20: Cruz Vermelha cobra de governos fim das armas nucleares

Sem poder participar da reunião de Cúpula da Rio+20, voltada exclusivamente para representantes dos países membros da ONU, a Cruz Vermelha Internacional promoveu um evento paralelo nesta quinta-feira no Riocentro, no Rio de Janeiro, para denunciar os prejuízos ao desenvolvimento sustentável provocado pelas armas. Ao criticar a posição de países como o Irã, o assessor para relações militares da entidade, Gabriel Valladares, disse que é preciso proibir, para todas as nações, o desenvolvimento de armamentos nucleares.


"Queremos a proibição definitiva dessas armas, que causam danos irreparáveis à população, ferindo os direitos humanos", disse ao destacar que a entidade humanitária faz um apelo às nações e aos organismos internacionais para que esse tema seja tratado com mais cuidado. A posição da Cruz Vermelha é uma resposta ao presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que não abre mão da manutenção do programa nuclear do seu país.

Durante a explanação sobre os impactos sociais e ambientais das armas para o mundo, Valladares disse que o ideal seria que todos os países se comprometessem a acabar com os armamentos. Mas como considera isso uma medida "quase que impossível", ele destacou os danos causados pelas guerras às populações. "As armas não matam somente durante os conflitos, elas permanecem no solo destruindo vidas e contaminando o ambiente", afirmou ao falar sobre as munições não detonadas e o armamento abandonado após as guerras.

Segundo ele, no momento em que o mundo se volta para a discussão sobre o desenvolvimento sustentável, é preciso alertar para um problema histórico que, além de destruir vidas, também degrada o meio ambiente, contamina o solo e a água e dificulta a utilização dos recursos naturais. "As minas terrestres, por exemplo, impedem o acesso a terras cultiváveis, à água e aos alimentos. E muitas vezes comprometem também a educação e o acesso a serviços de saúde", disse ao destacar que o problema atinge desde países onde os conflitos tiveram fim há décadas, como o Laos, ou em outros que sofrem com distúrbios recentes, como o Iraque e a Líbia.

Valladares explicou que somente em 2011 a Cruz Vermelha retirou mais de 3 mil munições não detonadas na Líbia. No Laos, foram mais de 6 mil artefatos retirados em um ano. "Não temos poder de definir o que vai ser proposto para os próximos 20 anos no mundo. Mas temos o dever de alertar para um problema que continua destruindo vidas e comprometendo o desenvolvimento", completou Valladares ao dizer que espera que os chefes de Estado que estarão reunidos no Brasil a partir da próxima semana reflitam sobre esse tema. A propósito, um dos participantes será o presidente iraniano.

Rio+20
Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Composta por três momentos, a Rio+20 vai até o dia 15 com foco principal na discussão entre representantes governamentais sobre os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. A partir do dia 16 e até 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

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