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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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ONU pede mais ambição de países em negociação climática de Doha

ONU pede mais ambição de países em negociação climática de Doha
A chefe das negociações de clima da ONU, Christiana Figueres, disse nesta segunda-feira (1°) que os países não recuaram do que foi acordado em Durban no ano passado, mas afirmou que as ações atuais e promessas não são suficientes para evitar um perigoso aumento das temperaturas globais.


Falando no Fórum de Carbono da América do Norte, em Washington, a secretária executiva da Convenção da ONU sobre mudança do clima (UNFCCC, na sigla em inglês), Christiana disse que, embora os países desenvolvidos e em desenvolvimento estejam fazendo "um bom progresso na direção certa", a caminho de um acordo legal, os atuais esforços globais são insuficientes.

"Estamos aumentando o alcance e a cobertura das emissões e aumentando também a natureza jurídica dessas reduções, porque estamos indo de promessas voluntárias para um acordo legalmente vinculante", disse Figueres numa entrevista coletiva.

"No entanto, mesmo que entre em vigor, o fato é que todos esses esforços, na verdade, representam 60% do esforço global que precisa ser feito se quisermos manter um aumento de 2 graus (da temperatura global)", acrescentou, referindo-se ao limite que cientistas impuseram para evitar mudanças climáticas perigosas.

Possível retrocesso
No ano passado, os negociadores reunidos em Durban, na África do Sul, concordaram em formalizar um novo acordo de redução de emissão de gases-estufa legalmente vinculante em 2015, que iria entrar em vigor até 2020, em que tanto os países ricos como os mais pobres iriam participar.

Figueres disse que apesar de alguns relatos após Durban de que algumas das principais economias emergentes, como China e Índia, voltaram atrás em aceitar um acordo obrigatório, ela não vê "qualquer movimento de afastamento de onde Durban nos deixou."

"Nenhum comentário que ouvi depois de Durban me surpreende ou me interessa. Estou realmente muito satisfeita que os países estejam levando o texto de Durban muito a sério", disse ela.

A chefe do clima da ONU disse que a Plataforma de Durban, assim como outros textos negociados internacionalmente, foi deixada "criativamente ambígua" para servir como um ponto de partida para a próxima rodada de negociação.

O documento denominado “Plataforma de Durban para Ação Aumentada” aponta uma série de medidas que deverão ser implementadas, mas na prática, não há medidas efetivas urgentes para conter em todo o planeta o aumento dos níveis de poluição nos próximos oito anos.
Apesar da urgência para reduzir as emissões globais, os países acordaram que vão implementar medidas obrigatórias somente a partir de 2020

Ação urgente, mas nem tanto
Ele prevê a criação de um acordo global climático que vai compreender todos os países integrantes da UNFCCC e irá substituir o Protocolo de Kyoto. Será desenhado pelos países “um protocolo, outro instrumento legal ou um resultado acordado com força legal” para combater as mudanças climáticas.

Isso quer dizer que metas de redução de gases serão definidas para todas as nações, incluindo Estados Unidos e China, que não aceitavam qualquer tipo de negociação se uma das partes não fosse incluída nas obrigações de redução.

O delineamento deste novo plano começará a ser feito a partir das próximas negociações da ONU, o que inclui a COP 18, que vai acontecer em 2012 no Catar. O documento afirma que um grupo de trabalho será criado e que deve concluir o novo plano em 2015.

As medidas de contenção da poluição só deverão ser implementadas pelos países a partir de 2020, prazo estabelecido na Plataforma de Durban, e deverão levar em conta as recomendações do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que será divulgado entre 2014 e 2015.

Em 2007, o organismo divulgou um documento que apontava para um aumento médio global das temperaturas entre 1,8 ºC e 4,0 ºC até 2100, com possibilidade de alta para 6,4 ºC se a população e a economia continuarem crescendo rapidamente e se for mantido o consumo intenso dos combustíveis fósseis.

Entretanto, a estimativa mais confiável fala em um aumento médio de 3 ºC, assumindo que os níveis de dióxido de carbono se estabilizem em 45% acima da taxa atual. Aponta também, com mais de 90% de confiabilidade, que a maior parte do aumento de temperatura observado nos últimos 50 anos foi provocada por atividades humanas.
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