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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Governo proíbe por mais três anos a pesca do mero para conservação

A moratória da pesca do mero (Epinephelus itajara), espécie que vive no litoral brasileiro, foi prorrogada por mais três anos a partir desta quarta-feira (17), de acordo com instrução normativa publicada no “Diário Oficial da União”.


Elaborada pelos Ministérios da Pesca e do Meio Ambiente, a normativa proíbe o transporte, a descaracterização, comercialização, beneficiamento e industrialização deste animal, sob risco de sanções por crime ambiental. O objetivo é preservar o mero, considerado ameaçado de extinção. Entretanto, a pesca para fins científicos está liberada.

Segundo a publicação, um grupo de trabalho será instituído pelos dois ministérios para estudar formas de preservar a espécie, que pode ser encontrada na região de estuários e manguezais.

Conhecido ainda por nomes como canapú, bodete, badejão, merete e merote, o Epinephelus itajara passou a integrar em 2004 a lista do governo federal de animais invertebrados aquáticos e peixes com risco de desaparecer da natureza.

A espécie também integra a lista vermelha de animais ameaçados da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), instituição ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).

Prorrogação necessária
A normativa interministerial prorroga a moratória instituída em 2002 pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), que proibiu por cinco anos a pesca do mero com o objetivo de aumentar sua população.

Em 2007 houve um novo adiamento de cinco anos, que venceu em 2012. Agora, a moratória vale por mais 36 meses.

De acordo com a professora Beatrice Padovani, do Departamento de oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a continuidade da proibição contribui para reduzir a pesca excessiva – que ainda continua a acontecer em várias regiões do país.

“Já não vemos exemplares com pesos e tamanhos que eram encontrados antigamente. Há casos no Brasil de meros com 200 kg, hoje já não se vê, porque para ele alcançar esse peso, são precisos muitos anos”, afirma.

Beatrice afirma ainda que outro problema do desaparecimento de meros é a sua vulnerabilidade. Segundo ela, o animal não tem medo de seres humanos, é curioso e os indivíduos jovens vivem em mangues, que estão ameaçados pela expansão urbana.

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