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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia completa 60 anos

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia completa 60 anos
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) completa, nesta segunda-feira (29), 60 anos de criação. A mais importante instituição de estudos sobre a região amazônica guarda em suas coleções informações importantes sobre a Amazônia, e segue em busca de novidades sobre a área.


Muito do que se conhece sobre a Amazônia e também do que ainda vai ser descoberto está nos armários da coleção de plantas do Inpa. São 243 amostras, colecionadas ao longo de quase 60 anos. Algumas ainda nem foram identificadas pela ciência.

A primeira coleta fica na parede: um pepino do mato, fruta da região, coletada em 1954. Além dela, também está a de número 240 mil, uma espécie nova descoberta no campus do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), na Zona Leste de Manaus.

"É um centro de referência de informação de flora, no nosso caso da flora amazônica, mas todas as coleções científicas com esse cunho tem-se as informações dos espécimes ali registrados para fins de pesquisa", disse o curador do Herbário, Carlos Franciscon.

Ao lado do Herbário, fica a Carpoteca, ou coleção de frutos, também importante para os estudos sobre a biodiversidade. Entre as espécies coletadas e mantidas nas coleções, está a surpreendente folha com mais de dois metros de comprimento, a Coccoloba. A planta ainda nem foi descrita pela ciência.
Folha da Coccoloba, exposta no Inpa, possui 2.50 m de comprimento (Foto: Tiago Melo/G1 AM)Folha da Coccoloba, exposta no Inpa, possui 2.50m
de comprimento (Foto: Tiago Melo/G1 AM)

Ele foi descoberta pelo botânico Cid Ferreira, um dos grandes responsáveis por formar a coleção do Inpa. São entre cinco e seis mil coletadas, e diversas plantas descobertas. "Chegamos a passar até 80 dias só coletando plantas, saindo de Manaus, indo até Barra do Garça, por dentro da floresta. Isso tudo contribui por exemplo para o conhecimento da floresta e sua biodiversidade", contou o botânico.

O Inpa foi criado com o decreto 31.672, de 1952, do então presidente Getúlio Vargas, que determinou a criação de um instituto nacional para conhecer a região e evitar a criação de uma instituição internacional para estudos na Amazônia.

Desde a década de 50, o instituto agrega conhecimento sobre o meio ambiente e as pessoas que vivem na região. Muitas pesquisas sobre doenças tropicais como malária foram desenvolvidos no instituto e ajudam a melhorar a qualidade de vida na Amazônia.

"A maior parte das informações que o Inpa tem conseguido, tem desenvolvido, são a base para a produção de tecnologia e inovação com a cara da Amazônia", ressaltou o coordenador de Extensão do Inpa, Carlos Roberto Bueno.

Hoje, o Inpa é o mais importante centro de pesquisas sobre a região tropical do mundo, com mais de 200 doutores. O instituto chega aos sessenta anos em uma fase de transição. Conhecer continua fundamental, mas é preciso também compartilhar o conhecimento.

A instituição já tem 71 patentes e outros 52 pedidos de registro feitos, e trabalha também para que a tecnologia chege ao mercado: quatro empresas estão incubadas no Inpa e outra assina o contrato para a tranferência de tecnologia nesta semana.

"Nós criamos dentro da Coordenação de Extensão do Instituto duas novas unidades: uma para demonstração dessas novas tecnologias que nós temos para a sociedade de maneira geral, que nós chamamos de unidades demonstrativas, e também uma nova unidade voltada principalmente para interação com a iniciativa privada", explicou o diretor do Inpa, Adalberto Val.
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